Imóveis são opção de investimento em cenário conturbado

O mercado imobiliário permanece firme e em crescimento até ao enfrentar a pandemia da Covid-19. Em junho, ocorreu a maior alta no preço médio, para venda de imóveis residenciais, desde de agosto de 2014: 0,57%, segundo o Índice FipeZap, pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base nos anúncios de imóveis em 50 cidades, incluindo Curitiba. 

Na capital paranaense, as locações tiveram aumento médio de 1,89% (comerciais) e 0,26% (residenciais) de abril para maio. “Financeiramente, na atualidade, comprar um imóvel para alugar é um bom negócio, porque o rendimento é bem melhor que aplicações financeiras e tem muito mais segurança”, afirma o especialista Mauricio Moritz.

No Paraná, 80% dos imóveis negociados custam até R$ 500 mil, de acordo com o Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), que pertence ao Secovi-PR (pesquisa de outubro de 2020). “A faixa de R$ 300 mil a R$ 500 mil é hoje a mais vendida para imóveis usados”, diz Moritz. “Mas há público para todo valor de imóvel. Os que mais vendem ainda são os novos e, entre os imóveis mais usados, aqueles que estão em bom estado”. Ele lembra que o estado de conservação do imóvel também é importante para locação: “Imóveis pequenos têm grande procura. Apartamentos novos, em prédios modernos, alugam-se facilmente.”

Não é recomendável, porém, que o investidor dê passos sem antes compreender a melhor forma de atuar nesse mercado para obter os melhores resultados de acordo com o próprio perfil. Segundo Márcio Favarim, especialista, deve-se recorrer a uma imobiliária de credibilidade e um profissional qualificado: “É preciso orientar todos os aspectos do negócio para tornar esse processo tão importante, uma experiência tranquila e segura, pois tudo depende do binômio necessidade-possibilidade de cada cliente, além de ter um entendimento consistente sobre o mercado imobiliário”. E é preciso manter a mesma atenção com aqueles que procuram compra e aluguel de imóveis para uso próprio, que são a base da movimentação do mercado.

Todos os imóveis, a princípio, podem ser vendidos e alugados. Alguns, no entanto, têm mais liquidez, que é um conjunto de fatores que proporcionam a obtenção de um retorno mais rápido de investimento.

A localização é um desses fatores, e todos os bairros de Curitiba são procurados para compra e aluguel de imóveis, mas aqueles mais próximos do Centro são mais requisitados, como Alto da Glória, Água Verde, Batel e outros.

Para Favarim, imóveis considerados mais bem localizados – e menores – realmente são mais fáceis de alugar. Com a pandemia, no entanto, o conceito de localização mudou um pouco. Embora bairros mais próximos do Centro e mais bem servidos de transporte público ainda encabecem a procura, a possibilidade de trabalhar em casa trouxe mudanças: “Na pré-pandemia, imóveis próximos a universidades, centros empresarias sempre tinham mais procura. Com a implementação do home office, bairros mais afastados se tornaram atraentes por, às vezes, o valor do metro quadrado ser um pouco menor”.

Mas Moritz insiste que, para imóvel residencial, o Centro é onde mais se aluga, mesmo sem garagem. Na compra, porém, a garagem ainda é importante: “Só apartamentos muito pequenos vendem sem garagem. O pessoal tem bike, mas tem carro também”.

Alguns diferenciais, antes considerados luxo, têm se mostrado bastante atraentes, conta Moritz, como sacada: “Facilidades em áreas comuns, tais como salão de festas, espaço gourmet, academia, bicicletário etc. também despertam o desejo da maioria dos clientes”.

 “Ter dois banheiros seguem sendo melhores que um, na preferência da maioria, mesmo que um único banheiro seja grande”, considera Márcio Favarim. Imóveis mobiliados também atraem bastante quem precisa alugar, reitera. Moritz concorda: “Apartamentos com armários embutidos e de qualidade, na cozinha, banheiros e nos quartos, são muito mais fáceis de alugar e têm valor melhor”.

 

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