Famoso calçadão de Curitina completa 50 anos

Rua XV de Novembro. Curitiba, 09/05/2022. Antigo Louvre. Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

No dia 19 de maio de 1972 começou a construção do calçadão da XV de Novembro

Há 50 anos, Curitiba abriu um capítulo inédito na história urbana do Brasil como a primeira cidade a transformar uma de suas principais ruas em um calçadão exclusivo para pedestres.

Narrativas da época, registradas em notícias e publicações, dão conta de que às vésperas de um fim de semana do mês de maio, ao anoitecer, operários contratados pela Prefeitura, munidos de ferramentas e equipamentos, desembarcaram de caminhões com a missão de transformar o local em um ícone da identidade curitibana.

Era o dia 19 de maio de 1972, uma sexta-feira. De repente, a Prefeitura fechou a XV de Novembro e começou a construção, em petit-pavê (mármore branco e diabásio preto), com a rosácea do artista Lange de Morretes, da nossa Rua das Flores. O calçadão mais antigo do Brasil está comemorando 50 anos. Feliz memória do prefeito urbanista Jaime Lerner, que teve esta ideia inspirado pelo Ippuc.

Curitiba se reinventa com um legado de projetos e obras que somam cerca de R$ 180 milhões em investimentos, um amplo conjunto de intervenções da gestão Rafael Greca para a priorização do pedestre e da mobilidade limpa por toda a cidade. Nesse contexto, o cinquentenário calçadão da XV continua atual e inspirador.

No começo do calçadão, o antigo bondinho elétrico chama a atenção de quem passa pela esquina com a Rua Ébano Pereira. Antes ponto de informações turísticas, hoje é o Bondinho da Leitura, ponto de parada e recreação de gerações de curitibinhas.

A charmosa biblioteca conta com cerca de 2.800 livros e fica aberta de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 13h e das 14h às 17h30, e aos sábados, das 10h às 14h. Permite tanto a leitura no local, como o empréstimo de livros mediante um cadastro.

O piso de petit-pavê do calçadão é também um cenário de lazer para as crianças curitibanas desde a década de 1970. Mais que um calçadão ou uma área de estar, a Rua XV de Novembro fechada ao tráfego de veículos e dedicada aos pedestres se consolidou como um eixo de circulação do sistema de vias interligado à área central, ao Setor Histórico e às diversas plataformas do transporte coletivo que tem praças do entorno como ponto de partida e chegada. 

O lugar de convívio e de permanência ao longo do calçadão foi estabelecido a partir do mobiliário urbano. A disposição dos equipamentos também foi pensada para que o pedestre tivesse total valorização. Cada trecho com uma característica, mas respeitada a regra de oferecer espaço mais amplo ao centro para a circulação e outro mais estreito junto às vitrines. Uma organização projetada sem obstrução no percurso para direcionar melhor o fluxo de pedestres.

A ação urbanística inédita de transformação da principal via urbana de Curitiba trouxe mudanças no comportamento e na percepção da população nativa e visitante. Movimenta a economia como um shopping a céu aberto, favorece os contatos interpessoais e a integração do habitante com a cidade. Um conceito e uma prática plenamente atuais no momento em que o mundo clama pelo equilíbrio ambiental, pela redução de emissões, pelo respeito a Terra.

A fidelidade de Curitiba ao seu Plano Diretor, que preconiza a valorização da escala humana, faz do Calçadão da XV um ícone de planejamento que ultrapassa a barreira do tempo e reforça a necessidade de ter o cidadão como o foco das ações públicas e a causa mais importante de uma cidade.

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