Código Florestal Brasileiro aponta diretrizes para projetos de paisagismo

Consequência da urbanização, a competição por espaço nas cidades tem valorizado áreas verdes e ambientes ecologicamente preservados. Embasada em leis florestais e trabalhada minuciosamente por paisagistas, a questão ganha cada vez mais relevância ambiental, social e econômica e justifica a importância dos projetos de paisagismo para além de finalidades decorativas. A ferramenta traz benefícios para a sociedade e evita transtornos comuns nas cidades.

Entre os resultados do paisagismo planejado estão equilíbrio entre área urbana e permeável e compatibilização com os projetos elétricos e hidráulicos para evitar plantações sobre canos e galhos de árvores na fiação elétrica. Segundo o engenheiro agrônomo e paisagista Bob Trapé, o trabalho é fundamental também na criação do zoneamento viário, pois prevê áreas que futuramente receberão expansão de ruas e avenidas, evitando a retirada de exemplares já plantados.

Bob enfatiza que o projeto deve compor as plantas e a arquitetura em busca de estética harmônica e espaço para que o crescimento da vegetação ocorra sem perder o aspecto ornamental ao longo do desenvolvimento. “O paisagismo é a transformação da paisagem pelo homem em busca de equilíbrio entre ele e a natureza”, reforça.

O Código Florestal Brasileiro aponta diretrizes de preservação para os municípios e por isso é um documento primordial para regularizar as iniciativas. A especialista em meio ambiente e regulatório Renata Franco pontua que os projetos paisagísticos devem considerar as áreas já adensadas de vegetação. De acordo com ela, formar corredores verdes facilita a passagem dos animais e melhora a condição do ar e o conforto térmico.

Renata alerta que o descarte ou substituição de árvores precisam de autorização da administração pública. “Em Campinas, a supressão é seguida de plantio de mudas e manutenção delas por, no mínimo, dois anos, para compensação ambiental. Em caso de árvores nativas, como jabuticabeira ou ipê, ainda que a raiz esteja deteriorando a propriedade, é necessária a autorização e a compensação de 100 mudas”, esclarece a especialista.

Para Trapé, a principal diferença de paisagismo entre projetos para espaços públicos e condomínios fechados é a durabilidade das plantas. Nos condomínios residenciais, é possível explorar mais espécies, no entanto, a ordem é evitar exemplares que exijam manutenções custosas e difíceis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *