Editorial

Recente pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) aponta que mais da metade dos brasileiros (52%) assume que já fez pelo menos uma compra por impulso nos últimos três meses. As pessoas colocam a culpa nas promoções, propagandas e facilidades de pagamento, quando, na verdade, a causa é apenas uma: falta de educação financeira.

Ter ciência da vida financeira e planejar antes de comprar são hábitos que nunca foram ensinados e, por isso, não se tornaram um comportamento. Outro exemplo disso é o dado da mesma pesquisa do SPC, de que 52% dos brasileiros acreditam que o crédito é algo positivo, pois ajuda a realizar sonhos; outros 30% pensam que serve para momentos de emergência e apenas 7% admitem que incentiva o descontrole.

Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, o primeiro passo para se tornar um consumidor consciente é fazer a análise do orçamento financeiro familiar. De acordo com ele, a pessoa deve saber exatamente qual é o seu padrão de vida, quanto ganha e quais são as despesas essenciais. Ter esses valores em mente ajuda a conter os instintos consumistas.

Essa orientação é de extrema importância, uma vez que 35% dos entrevistados pelo SPC assumiram não ter o costume de consultar o extrato bancário antes de fazer uma compra. Todos esses pontos levam as pessoas a fazerem parte dos altos índices de endividamento e inadimplência. Ainda de acordo com a pesquisa, 67% dos consumidores já ficaram com o nome sujo pelo menos uma vez, sendo que 20% ficaram mais de três anos nesta situação e 13% entre um ano e três anos.

A falta de educação financeira é, sem dúvida, a maior responsável. Avós e pais não foram educados financeiramente e, claro, não transmitiram esses hábitos e isso se torna um ciclo vicioso, com crianças crescendo sem um respaldo sobre o uso e a administração do dinheiro. Por esse motivo, milhares de escolas em todo o país já estão inserindo Educação Financeira em sua grade curricular. É assim que começaremos a mudar a realidade, ajudando a formar uma sociedade menos impulsiva e mais consciente e sustentável.

Ainda com relação ao consumidor, levantamento mostrou que os brasileiros ainda compram mais em lojas físicas do que pela internet. A pesquisa abrangeu sete segmentos: vestuário e acessórios, produtos eletrônicos, lojas de departamento, ofertas/produtos em massa (discount/mass), mercearias, drogarias, construção e utensílios para casa. Foram ouvidos 15 mil consumidores em 20 países (África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, França, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, México, Reino Unido, Rússia, Suécia e Tailândia), cujas opiniões ajudaram a classificar suas experiências em diferentes canais de compra.

E os resultados sugerem que os consumidores podem estar repensando as vantagens das compras on-line. A pesquisa percebeu um movimento de volta às lojas físicas e um aumento do número de compradores brasileiros e os consumidores querem algumas das conveniências do on-line para dentro das lojas e querem mais agilidade na entrega. Os compradores gostariam de participar de um programa de fidelidade oferecido por varejistas de sua confiança e também têm interesse na utilização de serviços através de seus aparelhos celulares durante o processo de compra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *