Editorial

Juntamente com o início das aulas na escolas de Curitiba os pais retomam a preocupação com o peso da mochila dos alunos. No ano passado, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado concluiu a votação da proposta que estabelece o peso máximo que os estudantes podem levar nas mochilas escolares. Como foi aprovado substitutivo, em decisão terminativa, a matéria deverá retornar à Câmara dos Deputados. Pela proposta, de autoria do deputado Sandes Júnior (PP-GO), o volume transportado deve corresponder a 15% do peso corporal dos alunos. Como opção para poupá-los da necessidade de transportar uma grande quantidade de materiais, as escolas deverão oferecer armários. O projeto não prevê sanções, mas uma ampla campanha de esclarecimento sobre os riscos à saúde do transporte acima do peso suportado pela pessoa.

Dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia indicam que 60% a 70% dos problemas de coluna na fase adulta são causados pelo carregamento de peso excessivo e por esforços repetitivos na adolescência. Transportar material escolar com peso excessivo pode acarretar sérios problemas para os estudantes, especialmente vícios de postura, dores musculares e lombares e, em casos extremos, desvios da coluna vertebral. As meninas são mais propensas a apresentar tais problemas, por possuírem menos massa óssea e muscular. Um artigo do projeto obriga as escolas a oferecerem armários para a guarda do material. A ampliação da jornada em direção a uma escola de turno integral torna ainda mais justificável a instalação de armários para utilização pelos estudantes.

Especialistas colocam que o uso contínuo de mochila pesada pode levar à dor, desvio de postura e até doenças mais sérias na coluna, como lordose e escoliose. Existe uma estreita relação entre o excesso de peso na mochila com alterações e dores na coluna e modificações no caminhar. Mais que isso: o peso que muitas crianças carregam traz patologias que, com o passar dos anos, tornam-se difíceis de tratar. Em alguns casos, as mochilas pesadas podem até mesmo lesionar as placas de crescimento dos ossos e, no caso das crianças, fazer com que deixem de crescer.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 85% das pessoas têm, tiveram ou terão um dia dores nas costas provocadas por problemas de coluna. E a dor pode estar relacionada ao peso da mochila que usou na época da escola.

Os pais devem estar atentos a esse aspecto das mochilas. Entre as dicas estão: conhecer o peso ideal da mochila (não pode ultrapassar 10% a 15% do peso da própria criança); regular a altura da mochila, nunca deve ser maior do que as costas da criança, mas sempre ficar na altura do bumbum; aconselhar a criança a usar sempre as duas alças; mochilas sem bolsos evitam que os alunos carreguem material desnecessário. Caso o estudante tenha que carregar um monte de materiais, o ideal é optar por mochilas de rodinhas. O lanche deve ser levado separadamente.

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