Construção civil vive maior inflação em 28 anos

Em média, materiais e equipamentos para construção, sem frete e sem impostos, alcançaram um percentual de inflação de 38,66% em um ano. No mesmo período, a inflação de materiais, equipamentos e serviços dentro do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) cresceu 30,86%, também chegando ao seu pico.

De acordo com o diretor comercial da empresa de revestimentos sustentáveis Ecogranito, Renato Las Casas, existe uma série de fatores que impulsionou a elevação dos preços na construção civil. “Dentre eles estão o avanço rápido dos valores de commodities minerais e metálicas. Outras importantes ocorrências que contribuíram para o progresso da inflação no segmento foram o aumento da procura por projetos residenciais, a escalada do dólar, a alta nos valores de fretes e a majoração da complexidade em importar itens utilizados no setor para atender o mercado doméstico”, destaca.

“Desde o início da crise sanitária, o dólar tem se mantido valorizado em comparação com o real. Em 2021, a alta mais expressiva ocorreu em março, de 2,25%, para R$ 5,6386. Este cenário positivo para a moeda americana contribuiu para que duas importantes commodities muito usadas como matéria prima na construção civil sofressem significativas variações de preços. O minério de ferro, por exemplo, subiu 97,61% entre março de 2020 e maio deste ano. Já o cobre apresentou um aumento de 111% no mesmo período”, ressalta.

“Os desafios são grandes e muito complicados, mas não existem outras alternativas. É preciso que os preços atinjam um equilíbrio para que o setor se mantenha em desenvolvimento, pois, caso contrário, lidaremos com muitos obstáculos pela frente. É importante lembrar que um frete nas alturas impacta diretamente nos valores de logística que, por sua vez, também afetam a cotação dos produtos. Tudo está interligado, então é essencial que medidas coordenadas sejam tomadas para que essa situação encontre um caminho. A inflação tem encarecido a construção de imóveis e feito com que diversas construtoras adiem seus lançamentos, não é possível seguir assim”, conclui.

 

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