A busca por segurança talvez seja o principal motivo por que, no Brasil, as pessoas procuram morar em condomínio. A preocupação com a segurança também está no centro das discussões em assembleia, e os gastos em segurança figuram, certamente, na lista de prioridade de edifícios residenciais e comerciais do país.
E para que toda esta divagação introdutória? Porque, depois de penar durante quase trinta anos, ao chegar ao prédio onde resido, em Curitiba, em função da espera pela abertura do portão “eletrônico”, finalmente, e com investimento mínimo, os moradores deixaram de ficar vulneráveis e sujeitos a abordagens indesejadas.
Explico melhor. O portão de entrada do condomínio, até havia poucas semanas, era dito “eletrônico”, porque aberto por meio de sinal digital, mas do tipo basculante, que funciona mecanicamente. Para abri-lo, era preciso chegar perto, acionar o aparelho e aguardar o desempenho do motor que elevava a parte móvel. Tal procedimento demorava de 15 a 20 segundos, eternos segundos, tempo suficiente para que algum passante pudesse agir enquanto se esperava o portão abrir, com o carro parado. Episódio de gravidade, felizmente, nunca aconteceu, mas, em certos dias e especialmente à noite, eram momentos de incerteza e apreensão.
Mal sabíamos que havia uma solução engenhosa. Antes de mencioná-la, gostaria que o leitor fizesse um cálculo do tempo desperdiçado com a espera pela abertura de um portão de condomínio. Para quem sai três vezes de casa por dia, de carro, e retorna ao prédio, são nada menos que um a dois minutos por dia. Ao final de um ano, são cerca de 400 a 600 minutos ou quase dez horas de pequenas injeções diárias de estresse. Os números variam, pois devem ser calculados conforme os hábitos de cada um.
Dito isto, passemos à providência tomada pelo condomínio. Por iniciativa do síndico, certamente bem assessorado por empresa competente, foi modernizado o portão de entrada, deixando-o em modo de funcionamento eficiente. Quando antes demorava de 15 a 20 segundos para abrir a grade móvel, agora o tempo de movimentação ascendente da estrutura é de somente três segundos, repito, três segundos. Como a conexão eletrônica também foi melhorada, aumentando o raio de ação do aparelho emissor, hoje o acesso ao prédio, por carro, acontece sem que seja necessário ficar parado aguardando a abertura do portão, que pode ser acionado de 20 a 30 metros de distância.
Como isso foi possível? A resposta é tão simples que até parece genial. Sem trocar nenhuma engrenagem, sem substituir o pesado portão de ferro por outro de alumínio, sem qualquer malabarismo, o que se fez foi adicionar um segundo motor elétrico ao portão, dividindo a carga de acionamento com o motor original. Com dois motores, um de cada lado do portão, este pode ser elevado rapidamente, permitindo que não haja tempo de espera parado em frente ao prédio e, com isso, aumentando significativamente a segurança de todos os moradores e especialmente de quem está chegando em casa.
Não somos técnicos no assunto, mas fazemos estas observações no sentido de alertar outros condomínios para que também procurem formulação semelhante. Um simples motor a mais pode fazer toda a diferença.
Luiz Fernando de Queiroz é autor do TPD-Direito Imobiliário e do Guia do Condomínio IOB, fone (41) 3224-2709, e-mail lfqueiroz@grupojuridico.com.br.