Para marcar o Dia Mundial da Visão, comemorado em 8 de outubro, a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (SOBLEC) realizou uma campanha de conscientização nacional sobre doenças e problemas visuais que poderiam ser minimizados com uma simples visita ao oftalmologista.
“A experiência com crianças, jovens, adultos e idosos nos leva a entender que muitos problemas visuais não surgem só na terceira idade. Eles são uma extensão de falta de cuidados que, muitas vezes, poderiam ser precavidos antes mesmo da idade adulta, com um simples exame clínico”, aponta a Presidente da SOBLEC, Dra Tânia Schaefer. “Daí a necessidade da sociedade olhar nos olhos do idoso para avaliar como estamos nos preparando para o futuro, repensando os cuidados com a saúde visual de toda a população”, justifica a especialista.
Confira algumas das causas da cegueira ou deficiência visual nos idosos:
Cataratas
A catarata é a opacificação do cristalino, que prejudica a entrada de luz nos olhos, provocando a diminuição da visão. Ela pode levar à cegueira. Contudo, uma boa notícia: é o único caso de cegueira reversível. Graças aos modernos recursos cirúrgicos existentes, as chances de recuperação plena se aproximam dos 100%.
Segundo os especialistas, 85% das cataratas estão classificadas na categoria de senis, incidindo principalmente na população de mais de 50 anos. Razão pela qual, nesses casos, não é considerada uma doença, mas um sintoma normal do processo de envelhecimento.
As indicações de intervenção cirúrgica geralmente são realizadas logo em estágio inicial da catarata por ser um procedimento que melhora a qualidade de vida do idoso, evitando prejuízo em suas funções laborativas, sociais, de locomoção e de lazer.
Da mesma forma, é importante salientar aos familiares que, o idoso (muitas vezes de 75 à 95 ou mais de idade), merece ter contato com o mundo através da visão, o que estimula e prolonga o prazer de viver.
O medo é o principal fator que desencoraja os idosos a fazerem a cirurgia de catarata. Contudo, as técnicas utilizadas hoje em dia permitem que esta cirurgia seja realizada em até 15 minutos, com anestesia tópica e, muitas vezes, sem sutura. Isto diminui qualquer risco pós-operatório. Então, o que temer?
Glaucoma
É uma doença ocular que provoca lesão no nervo óptico do campo visual. O glaucoma, se não detectado e tratado precocemente, leva à cegueira irreversível. Estima-se que existam cerca de 900 mil brasileiros portadores de glaucoma, embora o número deva ser muito maior (não há estatísticas confiáveis).
É uma doença de alta incidência, porém, ainda pouco diagnosticada devido ao fato de que na maioria dos casos é silenciosa, sem sintomas. Ela pode iniciar ainda na infância, sendo que a perda visual é geralmente gradativa e periférica.
Em 80% dos casos crônicos, os pacientes não apresentam nenhum sintoma – mas um exame clínico pode constatar sua existência.
Nos casos agudos, os pacientes podem apresentar dor de cabeça, hipertensão intracraniana, visão turva, além de náuseas e vômitos. Alguns reclamam de halos coloridos ao redor de “luzes incandescentes”. O glaucoma é geralmente tratado com colírios. Quando estes não surtem efeito, opta-se pela cirurgia.
Presbiopia
É a famosa “vista cansada”. Ocorre devido ao enfraquecimento do cristalino. O cristalino é como uma lente natural do olho (é como o vidro que protege o relógio). Com a idade avançada, ele começa a se contrair menos e perde a acomodação (capacidade refrativa), dificultando a visão para perto. A presbiopia pode ser corrigida com óculos, lentes de contato ou cirurgia corretiva.
