Viola caipira e gaita

A CAIXA Cultural apresenta o show do Duo Gulin-Pilatti de 12 a 14 de fevereiro. No palco, a dupla formada por Rogério Gulin e Giampiero Pilatti propõe uma conversa entre dois dos instrumentos mais representativos das tradições musicais populares brasileiras – a viola caipira e a flauta transversal.

Essas tradições vêm de áreas distintas e têm diferentes influências: uma é a música de raiz, personificada pela viola caipira. O instrumento representa o rico imaginário de regiões como Minas Gerais, Goiás e Nordeste, assim como o interior paulista e o litoral paranaense. A outra, a da flauta transversal, tem o status de ser ao mesmo tempo popular e sofisticada, sendo usada em gêneros como o choro e também na música erudita.

As músicas para os dois instrumentos põem à prova tanto a virtuosidade dos instrumentistas como a capacidade para executar passagens líricas e delicadas. O repertório do duo conta com composições de Rogério Gulin arranjadas para viola caipira e flauta transversal, tendo ainda dois temas eruditos bastante conhecidos: um de Johann Sebastian Bach e outro de Maurice Ravel.

Gulin e Pilatti são colegas no grupo Terra Sonora, grupo curitibano que faz um trabalho vocal e instrumental de temas étnicos e tradicionais de várias partes do mundo. Não bastasse a rara e inusitada junção da flauta e viola – tanto pela sonoridade quanto pelo que representa para cada um deles –, o encontro ainda tem outras singularidades, como a mistura da trajetória de cada um dos músicos.

Rogério Gulin tem uma formação que a princípio contou com o rock e o folk como influências, passando pela tradição da música instrumental brasileira dos anos 70 e chegando à viola caipira em todas suas escolas. Dessa síntese, Gulin tem feito músicas com uma linguagem muito particular, sendo cada vez mais reconhecido como um compositor e instrumentista da viola caipira com estilo próprio e identificável.

Por outro lado, Giampiero Pilatti traçou sua carreira a partir do rigor da música erudita, primeiro estudando, depois atuando como professor e concertista – participou como músico convidado em orquestras como a Sinfônica do Paraná, Orquestra de Câmera de Curitiba e Camerata Antiqua de Curitiba.

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