Quando se fala em reciclagem do lixo, o pensamento imediato é de que apenas plástico, papel, vidro ou metal podem ser separados, para ganhar um destino mais adequado, como a reutilização. Mas os materiais orgânicos, tais como restos de alimentos, cascas e folhas também podem ser reutilizados, desafogando os aterros e contribuindo para a atividade agrícola. Para se ter idéia, hoje o Aterro da Caximba, em Curitiba, recebe cerca de 2.500 toneladas ao dia de lixo, sendo que 38% deste montante é matéria orgânica.
Estudos demonstram que, devido ao seu enorme potencial agronômico, devido às suas propriedades químicas, físicas e biológicas, o lixo orgânico pode se tornar um ótimo adubo. “Poucas empresas conhecem as vantagens econômicas e ambientais da reciclagem agrícola. Mas acredito que no Paraná ela tenha um bom campo, principalmente em decorrência da forte pressão sobre os grandes geradores de lixo, que estão impedidos de depositar seus resíduos em aterros sanitários”, afirma o coordenador do curso de agronomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Antonio Lucchesi, atual presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – Curitiba (AEAPR-Curitiba).
Coordenador técnico do Simpósio, Lucchesi assegura que, para os grandes geradores, a reciclagem agrícola se constitui em uma alternativa segura e mais atrativa. “Desde que atenda aos padrões adequados de tratamento e de aplicação no campo, o processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo é extremamente viável, porque é mais barato, não gera passivo, além de promover uma grande economia para atividade agrícola”, opina.
Apesar das vantagens, há questões conceituais, técnicas, legais e comportamentais a serem vencidas para o aproveitamento racional dos resíduos como fertilizantes, condicionadores de solo e, ou corretivos, em sistemas agrícolas de produção. “Ainda temos muito a caminhar para que a reciclagem agrícola se torne uma realidade. Este Simpósio vai traçar um panorama nacional sobre o lixo, debater questões legais, entender como as autoridades enxergam a questão, além de aprender com a experiência de países”, define Lucchesi.
Entre os palestrantes, destaque para o professor Jorge de Castro Kihel, engenheiro agrônomo e professor da Universidade de São Paulo (USP), um ícone no país sobre o tema, que vai discutir as formas de se compostar resíduos sustentavelmente. A produção de resíduos na Região Metropolitana de Curitiba com potencial para reciclagem agrícola e seu mercado, a legislação ambiental e as necessidades do Paraná quanto aos resíduos orgânicos, os passos para o licenciamento ambiental de um projeto de reciclagem agrícola, a reciclagem agrícola de resíduos por meio outras tecnologias inovadoras e as vantagens da aplicação destes resíduos em solos agrícolas são temas de palestras que integram o Simpósio.
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