Para Ledi Lori Fries, profissional de educação física e coordenadora de natação da academia Mobi Dick Fitness, mesmo se a criança souber nadar é preciso ter muita atenção quando freqüentar esses lugares. “A criança quer se divertir, está empolgada com o calor e o contato com a água, não tem a mínima noção que pode se deparar com buracos, pedras ou correntezas. É de responsabilidade dos pais ou dos responsáveis que os acompanha ficar de olho. Um segundo de distração pode custar a vida dos pequenos”, alerta.
A fim de preparar as crianças para este período do ano de lazer, a Mobi Dick treina os seus alunos em aulas especiais ao longo de todo o ano. As crianças de três à 10 anos entram na piscina com roupas e chinelos para que vivenciem as dificuldades de uma situação de risco real. Elas aprendem a se virar e boiar em caso de queda na água, exercícios de respiração e movimentos rudimentares de natação para ajudá-los a encontrar um ponto seguro para se apoiar. “As aulas visam diminuir o medo e orientar a criança quando ela se vir em situação de risco. As primeiras ações são saber flutuar de barriga para cima, adotar posições de sobrevivência como movimentos de cachorrinho ou buscar um objeto flutuante para esperar socorro, além de ser capaz de buscar a borda da piscina ou a beira de um lago ou mar para se abrigar”, explica Ledi.
Adolescentes confiantes demais
Saber nadar minimiza o risco, mas não o elimina por completo. Frequentar aulas de natação durante o ano diminui em 50% a possibilidade de afogamento, pois o aluno desenvolve, entre outras habilidades, a força física e resistência. Entretanto, em certos casos a pessoa confia demais na sua performance dentro d’água e esquece que é preciso ter fôlego para ir e voltar.
“Os adolescentes que frenquentam aulas de natação desde muito jovens, acreditam que estão aptos para enfrentar o mar. O caso é que nadar na piscina e nadar no mar é completamente diferente. O mar exige mais resistência, força e técnica avançada de nado do que a piscina. Além disso, é preciso saber que a distância percorrida na ida precisa ser realizada na volta, sem o descanso na borda da piscina. É nesse momento que o adolescente está mais sujeito ao afogamento, já que pode não agüentar nadar contra a maré até a beirada”, afirma a especialista de natação. Abaixo seguem algumas dicas para não tornar o divertimento em tragédia:
- Praia: freqüentar locais com guarda-vidas e bandeiras de sinalização que indicam os pontos seguros e inseguros para banho, ficar próximo dos filhos sempre, observar a força da arrebentação e possíveis correntezas, dê preferência às bóias em modelo colete salva-vidas.
- Lagoas, rios e barragens: conhecer o local, sua profundidade e possíveis irregularidades do solo, nunca nadar sozinho, verificar as placas de áreas de afogamentos e respeitá-las.
- Piscinas de clubes, prédios ou residências: conhecer a profundidade adequada para a altura de cada frequentador, evitar brincar na borda das piscinas. Mesmo nos clubes, é preciso estar sempre de olho nos filhos e verificar se a estrutura oferece plantão de profissionais salva-vidas e um departamento médico de emergência.