Proteção animal
Nesta edição, prossigo com minhas proposições em relação à proteção animal, abordando os conceitos de guarda responsável e espero contribuir para que as pessoas e os futuros cidadãos possam cuidar melhor e com responsabilidade de um animal de companhia.
O que é guarda responsável? O que significa ter responsabilidade sobre uma vida?
Se pensarmos que ao ter um animal de estimação, retiramos dele a possibilidade do livre arbítrio; ou seja, de ir onde quer, de comer quando e o que quiser, entre outros, é essencial que suas exigências de conforto e bem estar sejam supridas.
Ter guarda responsável sobre um animal significa que ele não pode passar frio, fome ou sede; que não pode ter medo ou ser aterrorizado; que não pode sofrer de enfermidades (mesmo aquelas incuráveis devem ser confortadas); que deve exercer seu comportamento livremente.
É como a responsabilidade do Estado sobre os cidadãos. Uma pessoa não pode passar frio, não pode ser aterrorizada, precisa de um teto, deve ter liberdade de ir e vir. Tem que ter assistência médica e social.
Só que para os animais de estimação, cada lar é um Estado. Cada tutor é um governante; que tem que prover tudo isso a este animalzinho.
Abandonar um animal na rua é como se o governo extraditasse um cidadão!!! É inconstitucional!!! É proibido!!
Ter um animal e não dar a ele condições de vida é como se o governo interrompesse o fornecimento de água; acabasse com o saneamento; exterminasse todos os serviços públicos.
A maioria dos animais de estimação não escolheu as casas onde moram. As pessoas que nelas vivem decidiram adotar ou comprar um animal; ou, mesmo nos casos onde se diz que tal cão ou gato escolheu esta casa, as pessoas daquela casa decidiram oferecer uma comidinha e uma coberta; eles convidaram aquele animal a escolher aquela casa.
Informar as pessoas sobre as necessidades dos animais de estimação; conscientizar que um animal de estimação tem seu comportamento nato; que deverá viver por 10, 12, 20 anos, são fatores essenciais para o bom convívio entre animais e pessoas.
O convívio com animais é salutar. Isso é comprovado pela ciência. Pessoas que convivem com animais têm menos depressão; menos risco de ataques cardíacos. Crianças que convivem com animais desenvolvem mais o afeto; crescem menos agressivas; desenvolvem a capacidade de dividir mais precocemente.
Os animais estão envolvidos em um sem número de programas de reabilitação de enfermos em hospitais; clínicas de recuperação de adictos; clínicas de reabilitação de descapacitados.
Os animais nos fazem bem. Nós os tiramos de seu ambiente há milhares de anos e, ao longo de todos esses milênios reformamos seu comportamento e seu caráter. Hoje tanto eles quando nós somos dependentes dessa relação. Cabe a nós, promotores desse relacionamento e mais inteligentes, buscar ferramentas e meios para que eles não sofram em decorrência dessa nossa atitude.
Não estou pregando aqui que todos os cães voltem a ser selvagens. Seria uma afronta a todos os dados que compilei e à inteligência de tantos.
Prego que busquemos educar as pessoas; mostrar que o convívio entre pessoas, animais e o resto do ambiente pode ser saudável e duradouro por mais milhares e milhares de anos. Que as pessoas podem aprender e desenvolver seu afeto e amizade, para com as outras pessoas inclusive, cuidando com responsabilidade de seus animais de estimação e seu ambiente.
Um forte abraço, Fernando Ibanez