O software que virou hardware

A SOFHAR Gestão&Tecnologia, empresa de tecnologia da informação e comunicação (TIC), com sede em Curitiba, faz a própria lição de casa. Além de oferecer o serviço aos seus clientes, também se beneficia das inúmeras vantagens da virtualização. Após a última renovação do seu parque tecnológico, realizada no início do ano passado, a empresa já conseguiu reduzir 40% o seu gasto com energia elétrica, além de comportar quase o dobro de servidores na metade do espaço físico utilizado anteriormente. “Antes tínhamos dois racks que abrigavam 27 servidores. Hoje, nossos 40 servidores estão em um único rack, o que demanda a metade do número de tomadas elétricas e da capacidade do sistema de refrigeração”, explica Horst Hunger, gerente de suporte a clientes da empresa.

Pesquisa da Forest Research, realizada com 1.221 empresas globais no início deste ano, revela que 75% delas conheciam a tecnologia, 26% já a implementaram e 8% estavam prontas para iniciar seu projeto piloto. No Brasil, o cenário parece ainda mais otimista para o mercado de TI – 80% das grandes e médias empresas estão investindo na virtualização dos seus servidores, segundo analistas do Internacional Data Comporation (IDC).

De forma objetiva, Hunger explica que a virtualização pode acontecer de quatro formas diferentes. As duas primeiras – a de desktop e de servidores, tratam da criação de máquinas virtuais, possibilitando que um único servidor ou workstation trabalhe com vários sistemas operacionais ao mesmo tempo. A diferença, segundo ele, é que o primeiro é voltado para o mundo corporativo e o outro para o usuário individual. Ainda existe a virtualização de camadas de apresentação e aplicativos. “As duas são relacionadas à capacidade de usar o poder computacional para concentrar, em um único servidor, todas as aplicações que a empresa precisa, possibilitando que as estações de trabalho as utilizem mesmo com uma configuração simples”, ensina. “Antigamente, quando tínhamos que testar um produto que estava entrando no mercado ou precisávamos fazer simulações do ambiente de trabalho do cliente, instalávamos tudo em vários equipamentos, consumindo uma enormidade de espaço, eletricidade e refrigeração. Hoje, por meio da virtualização, isso não é mais necessário. Criamos um ambiente virtual de maneira mais ágil, sem precisar montar laboratórios com dúzias de equipamentos individuais”, exemplifica o gerente.

Além de trabalhar na implementação de soluções de tecnologia da informação e comunicação, como a virtualização, a SOFHAR também oferece treinamento para as empresas que estão se adaptando às mudanças. Segundo Hunger, este também é um bom exemplo de como a tecnologia se aplica. Por meio da virtualização de desktops é possível recriar o ambiente necessário para a capacitação técnica oferecida pelo curso oficial, individualmente para cada aluno.

Em tempos de crise mundial, a virtualização ganha ainda mais destaque. A possibilidade de economia com infra-estrutura e recursos naturais, aliada às facilidades na implementação e gestão de novos sistemas, se torna bastante oportuno nesse momento em que a capacidade da TI de reagir às demandas de negócio é tão crucial quanto a realização do negócio em si. De acordo com pesquisas do Gartner, o faturamento mundial com software de virtualização deve crescer 43% em 2009, saltando de US$ 1,9 para US$ 2,7 bilhões. Em relação a 2008, o crescimento do mercado global de virtualização pode chegar a 20%. Já as vendas de desktops virtualizados devem mais que triplicar, aumentando de US$ 74,1 milhões para US$ 1,1 bilhão.

 

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