Monitores ajudam a melhorar qualidade dos rios urbanos

“A água que corre nele está como há 60 anos, quando meu pai mudou para cá”, diz ela. Cora percorre com frequência as margens do Uvu, que passa ao lado de sua casa. Conhecedora do local, ela consegue identificar prontamente quando alguma coisa está errada. Se percebe mudança de cor na água do rio ou mesmo mau cheiro, avisa a Sanepar.

A aposentada é uma das monitoras participativas do Programa de Revitalização de Rios Urbanos (PRRU), desenvolvido pela companhia de saneamento em Curitiba desde 2011. O trabalho tem o objetivo de melhorar a qualidade dos rios urbanos por meio da solução de problemas na rede coletora de esgoto, que podem ser decorrentes de redes rompidas, de ligação residencial incorreta ou de lançamento irregular de esgoto (residencial ou industrial) no curso do rio.

Sentido aguçados

Atualmente, os técnicos da Sanepar monitoram 81 bacias hidrográficas dentro de Curitiba e Região Metropolitana e na cidade de Ponta Grossa. Eles também usam a percepção para verificar “o que o rio está dizendo”. Junto com os sentidos aguçados, levam consigo um equipamento simples para medir a quantidade de oxigênio dissolvido na água. Se a concentração estiver abaixo de 5 miligramas, a qualidade da água do rio não está boa.

“Usamos o rio para saber se a proposta de saneamento de uma determinada região está funcionando adequadamente. O oxigênio diz pra gente que o rio não está em boas condições, mas é o aspecto e o cheiro que vão mostrar se o problema está perto ou longe, se é grande ou pequeno. Muitas vezes, o rio pode estar visivelmente numa condição horrível e com o volume de oxigênio dissolvido alto. Por isso, a percepção é muito importante”, explica o técnico da Unidade de Recursos Hídricos da Sanepar, Jefferson Skroch.

Monitoramento participativo

Se a percepção é importante, a colaboração da comunidade é fundamental. Por isso, a participação dos moradores do entorno dos rios monitorados faz parte do trabalho. Assim como Dona Cora, outras pessoas contribuem com a preservação do rio revitalizado.

O trabalho é denominado Monitoramento Participativo. Nele, os moradores cadastrados são responsáveis por comunicar a Sanepar sempre que identificam focos de poluição nos rios próximos de suas casas. “Temos tido um retorno bem significativo. O que mostra que a população também está atenta e quer contribuir para preservar o meio ambiente”, afirma a gestora socioambiental da Sanepar, Rosélis Presznhuk.

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