Descarte inadequado de óleo de cozinha traz sérios danos ao meio ambiente

O restante polui nossos rios e encarece em 45% o tratamento na rede de esgoto. O óleo que atinge os rios provoca a impermeabilização dos leitos e terrenos adjacentes, o que contribui para ocorrência de enchentes.

Entre os dias 8 e 11 de julho, durante a realização da quarta edição da feira ReciclAção – Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental, que acontece em Curitiba, será debatida a importância de conscientizar a população, para que seja dado um destino correto ao óleo de cozinha usado, tanto pelo cidadão comum, quanto as cozinhas industriais, panificadoras, lanchonetes, bares e restaurantes. Na ReciclAção 2009, empresas expositoras vão demonstrar que o óleo após tratado pode se tornar uma nova alternativa de produto para consumo, evitando a contaminação do meio ambiente.

Cada litro de óleo despejado no esgoto tem potencial para poluir cerca de um milhão de litros de água, o que equivale à quantidade que uma pessoa consome ao longo de 14 anos de vida. Se for para a rede de esgoto, o óleo contamina as estações de tratamento de água, sendo necessários grandes volumes de recursos com produtos químicos para a neutralização dos resíduos. Ao ser colocado nas redes coletoras de esgoto, o óleo pode provocar a retenção de sólidos, entupimentos e problemas de drenagem. Nos arroios e nos rios, dificulta a troca de gases entre a água e a atmosfera, causando danos aos animais, pois forma uma camada e não permite a entrada de luz.

Em Curitiba, desde 2007 a Prefeitura faz o recolhimento do óleo de cozinha nos pontos do Câmbio Verde e nos terminais de ônibus da cidade. Quem leva o óleo usado nestes postos recebe em troca um quilo de hortifrutigranjeiros. A Prefeitura encaminha o material recolhido à Usina de Valorização de Rejeito, para depois destinar às empresas especializadas em reciclagem de óleo. Nos demais municípios paranaenses, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos desenvolve o Programa Desperdício Zero, que resulta no recolhimento mensal de cerca 10 mil litros de óleo.

Instalada em Itaperuçu, a Ambiental Santos é uma das empresas no Paraná considerada referência no serviço de coleta de óleo residual, seja em tecnologia, seja em montante de óleo beneficiado. O óleo de fritura é processado e transformado em produtos de alta qualidade, como adesivos para fertilizantes, desmoldantes para construção civil e para uso na indústria química em geral. A Ambiental Santos participa desde a primeira edição da ReciclAção e este ano deve trazer novidades. De acordo com o empresário Marcos Dalcin este ano a empresa vai apresentar sua estação de tratamento de efluentes, através do processo de batelada. “Somos a única empresa do Brasil no ramo de reciclagem de óleos e gorduras vegetais preocupadas em tratar seus efluentes e depois, reutilizamos toda a água tratada em nossos processos, então não temos descarte. Sendo a água um recurso tão nobre, seria um grande desperdício jogá-la fora”, diz Dalcin.

Desde 98, a Lubeco Lubrificantes Vegetais também trabalha no reprocessamento do óleo vegetal utilizado em frituras. Instalada em Araucária, a empresa usa tecnologia austríaca para transformar o óleo usado em lubrificantes 100% biodegradáveis. Os resíduos deste processo ainda podem ser transformados em sabão ou detergente, usados na produção de massa de vidraceiro e de ração animal. “A reciclagem do óleo traz benefícios financeiros e principalmente ecológicos”, disse o gerente de coleta Celso da Costa. A Lubeco, que já encampou campanhas de conscientização com distribuição de material informativo nas escolas de Araucária, participa da ReciclAção pelo terceiro ano consecutivo. “Vamos apresentar o nosso trabalho, esperando despertar a consciência no público visitante para dar um melhor destino ao óleo”, afirmou Costa.

Para conhecer a programação de palestras, inscrições, reservas de estandes e demais informações acesse www.montebelloeventos.com.br ou ligue (41) 3203-1189 / (41) 3022-0383.

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