Congresso da Rede resulta em 21 propostas de atuação política

Através da participação mais ativa do cidadão na política é possível transformar a comunidade e contribuir para o desenvolvimento do país. O balanço do I Congresso da Rede de Participação Política, realizado nesta semana, no Cietep, em Curitiba, mostrou que uma nova política é possível. O evento superou todas as expectativas e reuniu cerca de 1.100 pessoas durante os dois dias de atividades. O trabalho em conjunto dos participantes resultou em 21 itens prioritários a serem desenvolvidos em suas localidades, a partir de 2010, visando qualificar o voto e, consequentemente, melhorar a representação política do país. Eles foram escolhidos durante as oficinas que envolveram a discussão em torno da articulação e animação de redes; protagonismo político; gestão pública; educação política; eleições 2010; comunicação; e influência política.

O Congresso da Rede foi aberto na noite de segunda-feira (30) com um talk show, mediado pelos presidentes da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, e da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Ardisson Naim Akel. O debate contou com as participações do jornalista Merval Pereira, colunista do jornal O Globo e comentarista da Globo News e da CBN, do consultor empresarial e doutor em gestão pública, Belmiro Valverde, e do professor e analista político, Augusto de Franco. Assista na íntegra através do endereço http://rededeparticipacaopolitica.isat.com.br

“Nosso papel é enxergar um modelo organizacional que sirva para dar suporte para a ação política da cidadania”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures. “Neste congresso, tivemos representantes da toda a sociedade com o propósito de debater o que é de interesse comum, a busca do bem estar, a busca de um contexto sociopolítico governamental voltado para assegurar a todos os cidadãos condições para que possam ter qualidade de vida, segurança pública, suas necessidades básicas de educação, saúde e infraestrutura”, acrescentou.

Um dos principais pontos discutidos foi a necessidade de mobilização da sociedade para se conseguir alterar a atual estrutura política brasileira. “Ao mesmo tempo em que sou cético quanto a uma reforma política, eleitoral e partidária promovida pelo Congresso Nacional, a participação da sociedade e das redes sociais aparece como um alento”, afirmou Merval Pereira.

Pacto federativo

Para Rocha Loures, um novo padrão de organização da sociedade é fundamental para que sejam alcançadas as mudanças necessárias na política brasileira. “Ao invés de se organizar em torno de uma organização ou de um líder, a sociedade se organiza por uma causa. Daí a importância das redes sociais. Nosso desafio é fazer com que nossas redes participem do processo político. O que buscamos é o fortalecimento da sociedade civil, até porque a democracia depende dela”, afirmou o presidente da Fiep.

Esse fortalecimento da sociedade, segundo Augusto de Franco, deve resultar em uma alteração profunda no sistema político. Para isso, não basta a simples conscientização sobre a importância da participação na política e o envolvimento de pessoas de bem em cargos públicos. “O proselitismo da ética não vai mudar o sistema político. É preciso mudar a organização política. Não é por falta de bons homens ou mulheres que as coisas não funcionam, mas sim por uma estrutura viciada”, declarou.

Belmiro Valverde acrescentou que essa mudança só será consolidada se vier acompanhada de uma melhora significativa no sistema educacional. “Sem uma educação de qualidade, estamos adiando permanentemente nosso encontro com a civilização”, disse. Valverde defendeu ainda que o desenvolvimento do País não deve ficar atrelado a um projeto único, elaborado pelo governo federal. “Temos que nos livrar definitivamente da ideia de um salvador da pátria. Não acredito mais em um projeto para o Brasil, mas em vários projetos para o País.”

Além do talk show, a abertura do I Congresso da Rede de Participação Política teve uma votação eletrônica para definir alguns pontos que irão integrar uma agenda política para 2010. Cerca de 600 pessoas participaram da votação, avaliando o grau de engajamento com cada uma das questões expostas, elaboradas a partir de estudos, demandas, propostas e sugestões dos mais variados segmentos da sociedade a favor de Uma Agenda do Século 21 para o Brasil. Na tarde de terça-feira, a votação foi concluída com as prioridades nacionais.

Cases de sucesso

Três modelos de desenvolvimento, que vêm contribuindo para a melhora do bem-estar social foram apresentados durante as atividades do Congresso: Fórum Desenvolve Londrina, Observatório Social de Maringá e Projeto Político de Desenvolvimento das Cidades em Ponta Grossa.

Londrina – O Fórum Desenvolve Londrina existe há quatro anos, mas a ideia surgiu na década de 1990, quando foi organizado um movimento pelo desenvolvimento da cidade. “Fizemos um levantamento e vimos que Londrina não sabia para onde ia. Criamos então uma visão de futuro e elencamos pontos que mostrassem como queríamos a cidade em 2034”, explicou Ary Sudan, diretor do Fórum. O movimento tem trabalhado em torno de alguns temas específicos: educação, economia, desenvolvimento empresarial, revitalização e desenvolvimento tecnológico. Sudan explicou que, com a atuação do Fórum, a sociedade começou a discutir vários assuntos que antes não eram abordados.

Maringá – Outro case apresentado foi o do Observatório Social de Maringá, iniciativa que existe desde 2006 e acompanha as licitações desde o nascimento do processo até a entrega do produto, evitando o superfaturamento e gastos desnecessários. “É um mecanismo para a melhoria da qualidade dos gastos públicos. Precisávamos atuar no momento que a mercadoria fosse comprada, para evitar que o dinheiro fosse utilizado de forma errada”, explicou Rony Lara, diretora executiva do Instituto de Cidadania Fiscal de Maringá.

Ponta Grossa – O terceiro exemplo apresentado foi o das Vilas Santana e Barreto, em Ponta Grossa, que implantaram o Projeto Político de Desenvolvimento das Cidades do Paraná, coordenado pela Rede de Participação Política. As melhorias na comunidade foram apresentadas pelo presidente da associação de moradores do bairro, Paulo Sergio dos Santos. Segundo ele, após a implantação do projeto, houve uma grande conquista para a comunidade, conseguindo articular a iniciativa privada e o poder público. “Antes do projeto da Rede, ninguém aparecia nas reuniões da associação. Eles só começaram a participar quando viram os resultados”, disse.  

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