Arquitetos dão dicas para escolher o ar condicionado e integrá-lo ao décor

As temperaturas e sensações térmicas altas são uma realidade do Brasil inteiro – em muitos lugares não apenas no verão –, e podem ser tanto positivas, quanto negativas, dependendo do ponto de vista. Uma solução para esses momentos é o ar-condicionado. Apesar de sua inegável utilidade, o equipamento é cercado por mitos. Os arquitetos Renato Andrade, Cris Paola Karina Korn falam sobre o assunto.

“O ar condicionado, em alguns casos, tem projeto específico dado a sua complexidade. Em geral, escolher uma loja de procedência, com técnicos habilitados e especializados no assunto, já é meio caminho andado”, explicou Renato Andrade. O dimensionamento e condições de uso do espaço, como quantas pessoas estarão ali rotineiramente, são determinantes para o funcionamento do sistema.

Em regras gerais, o equipamento de tamanho ideal depende da metragem do ambiente em relação à quantidade de BTU’s (Unidade Térmica Britânica) necessária para climatizá-lo. Quanto maior o BTU, mais potente o aparelho – um espaço pequeno, por exemplo, não precisa de um ar condicionado com um número elevado de BTU’s para ter eficiência de funcionamento. O importante é sempre fazer a consulta e cálculo com um profissional qualificado.

De acordo com a arquiteta Cris Paola, hoje em dia as novas tecnologias, voltadas para a sustentabilidade, resultam no desenvolvimento de equipamentos mais econômicos. “Também existem formas de melhorar esse consumo. Instalar a condensadora em um local com boa circulação de ar e manter os ambientes com temperatura entre 22º C a 24ºC ajuda a não exigir o start de insuflamento da máquina o tempo inteiro”, destaca.

Outra questão é diretamente relacionada à incidência solar. Em ambientes onde ela é muito intensa, vale a pena aliar intervenções arquitetônicas ao uso do ar. Renato ressalta essa opção para maior eficiência e custo-benefício.

Os cuidados de manutenção com o equipamento também cumprem importante papel na economia, mantendo-o em bom funcionamento. Karina Korn enfatiza a necessidade de limpá-lo, assim como seus filtros.

Para ambientes pequenos, a regra é o bom-senso e equilíbrio. “Equipamentos como splits Hi-Wall, aqueles mais convencionais, os Split Window, uma versão mais contemporânea dos equipamentos mais antigos, ou Multi Split, que é quando se utiliza uma condensadora para mais de uma evaporadora, são os mais apropriados”, conta Renato.

“O equipamento pode ser integrado à decoração de diversas formas. A mais simples é colocá-lo em uma parede de mesmo tom, evitando o peso de um contraste. A evaporadora também pode compor o espaço dentro de um nicho em uma estante de marcenaria, por exemplo. Você assume o ar condicionado no ambiente de um jeito elegante e divertido”, afirma Karina. Cris Paola concorda com o bom uso de marcenaria sob medida nesses casos. Para ela, se a intenção é realmente esconder o aparelho, é importante ter em mente que ele não pode ficar totalmente lacrado. Por exemplo, se for o caso de fechar o nicho, o morador pode investir em portas de correr ripadas.

Já para Renato, as infraestruturas e equipamentos não precisam ser vistos como danosos ao décor, podendo compor o espaço. “O equilíbrio contempla a possibilidade deles estarem presentes na decoração com elegância e sincronia. Isso é fundamental! Um espaço muito bem decorado pode se tornar obsoleto pela falta de conforto ambiental”, finaliza.

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