Atenta às diferenças culturais do Brasil, a Cedro Têxtil apresenta a Coleção Cápsula #1 2024. “Trata-se de um projeto que, há três anos, valoriza jovens talentos brasileiros que estão despontando na moda nacional, em diferentes regiões do país”, destaca Joanna Carrara, gerente de Marketing da Cedro.
A Cápsula #1 2024 tem curadoria dos estilistas da Cedro, Eduardo Paixão (também gerente de Estilo da têxtil) e Rubens Avendanha. A coleção traz quatro designers de moda e estilistas que se destacam por seus trabalhos no segmento jeanswear. São eles: Miguel Santos (Caruaru/PE), Carlos Eduardo Guedes Soares (BH/MG), Isadora Tardelli (Fortaleza/CE), Joelma Baldssera (Jaguariúna/SC).
“Nossas duas Coleções Cápsula anuais são um verdadeiro hubcriativo de jovens talentos da moda brasileira. A cada edição, novos nomes são selecionados, abrindo espaço e dando total liberdade de criação para que esses profissionais mostrem seus trabalhos”, completa Joanna.
As quatro propostas mesclam a criatividade desses profissionais, suas trajetórias de vida e a riqueza cultural de suas regiões de origem, com a versatilidade e as infinitas possibilidades de aplicação, misturas de fibras, texturas e lavanderia do jeans. “Os estilistas selecionados imprimiram seu olhar, percepções, inspirações e impulso criativo nos looks. Então, cada obra tem no seu conceito uma história única”, pontua Eduardo Paixão.
Liberdade artística para novos talentos da moda brasileira
Essa liberdade criativa e pluralidade brasileira se refletem nos quatro looks da Coleção Cápsula Cedro #1 2024, que está bem eclética. Ela abraça desde releituras do complexo figurino cangaceiro pernambucano à versão mineira do Parangolé de Hélio Oiticica, passando pelo estilo solar e praiano do cearense e fechando com um look que traz o olhar cosmopolita, moderno e empreendedor de uma catarinense.
O editorial de moda apresenta essas criações de forma muito conceitual. “A ligação entre arte brasileira e a nossa essência latina está latente. Valorizando os trabalhos manuais incríveis da Cápsula #1 2024, o conceito visual que desenvolvemos neste editorial remete às origens pré-colombianas que a gente vê nos museus etnográficos. Buscamos lapidar essa arte que é brasileira, que é latina, que é nossa, é única e que é moda também”, reflete Eduardo Paixão.
Para Rubens Avendanha, estilista da Cedro, o resultado também reflete o atual momento da moda e revela as histórias de vida, as personalidades e a bagagem profissional e cultural de cada um dos quatro artistas. “Sim, chamá-los de artistas não é força de expressão. Para esses jovens, a Coleção Cápsula da Cedro é uma oportunidade de explorarem o próprio talento artístico, que muitos estilistas e designers de moda não têm como aplicar nas coleções comerciais das confecções e marcas em que atuam”, destaca.
Vestido Corisco Azul – Miguel Santos (Caruaru/PE)
Inspirado no típico figurino do cangaceiro de Pernambuco – desconstruído por meio de uma releitura bem feminina e glamourosa, que evoca a força, a coragem, a beleza e a graça da mulher nordestina – o vestido Corisco Azul traz na sua essência a rica tradição cultural do Nordeste brasileiro, misturada à modernidade do jeans e de outros elementos aplicados. O look consiste em um tubinho de corte simples, com duas lavagens do jeans Arkansas II da Cedro: o azul intenso e o claro (baby blue). Essa base é ornamentada com aplicações de strass e pedrarias, que agregam mais sofisticação e luxo à peça e valorizam detalhes ricamente trabalhados a laser, que representam ícones da cultura nordestina.
Parangolé – Carlos Eduardo Guedes Soares – BH (MG)
Os Parangolés são capas, faixas e bandeiras construídas com tecidos e plásticos, às vezes com frases políticas ou poéticas. Ao vestir, correr ou dançar com um Parangolé, a pessoa deixa de ser um espectador para se tornar parte da obra de arte. (Hélio Oiticica – Site MAM Rio). Inspirada na obra Parangolé, de Hélio Oiticica, a versão mineira da Coleção Cápsula #1 2024 é assinada por Carlos Eduardo Guedes Soares e utiliza o jeans Arkansas II, da Cedro. Na criação do look, o estilista de BH (MG) foi fiel à definição do próprio artista, que dizia que os Paragolés são “a incorporação do corpo na obra e da obra no corpo,” em que o “objetivo é dar ao público a chance de deixar de ser público espectador, de fora, para participante na atividade criadora”.
Cores do Sol – Isadora Tardelli – Fortaleza (CE)
“Ver a dança do sol, todo início e fim de dia, me inspira e me conecta à benção de ser cearense (mesmo que de coração). Admirar as coloridas dunas, em surtons de amor quentinho, dá o tom dessa estação de clima único: o calor. O Ceará faz brotar da terra boas histórias, escrevendo vívidos enredos dos famosos cordéis. Manualmente, vou bordando as peças que marcam minha coleção.” Para o look “Cores do Sol”, foi escolhida uma lavanderia sobretinto, que se caracteriza por dar ao jeans o aspecto envelhecido. A lavagem mais rosada remete à cor do pôr do sol refletido nas dunas do Ceará, um dos tons da nossa ‘dança das areias coloridas. Já os bordados representam as “manualidades” e simbolismos cearenses, que são as dunas, gírias locais, sol, cacto, flor de mandacaru e desenhos típicos de cordéis. O look é fruto de uma força-tarefa com outros profissionais locais da moda e do artesanato
Onça Preta – Joelma Baldissera (Jaguaruna/SC)
Inspirado na mulher fashion, moderna, ousada e protagonista da própria vida, o look traz no seu conceito características muito presentes na essência da marca Onça Preta. Consiste numa wide leg – calça com caimento mais largo nas pernas e sem bolsos -, um cropped com uma flor como elemento principal e cinto. Tudo feito em Denim Nero da Cedro, na cor ônix, com leve lavagem stone: processo de lavanderia que usa pedras para desbotar o jeans. A calça mistura as modelagens wide leg e de alfaiataria. A aplicação de cristais tem uma função visual que remete ao clássico risco de giz, muito usado nos ternos de antigamente e que sempre voltam à cena fashion”, descreve a estilista catarinense.
Fotos: Gustavo Marx e Divulgação Onça Preta