O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) reafirmou o compromisso de que vai dar suporte imediato à formatação do novo modelo de concessão do transporte público de Curitiba com foco na eletromobilidade.
A intenção foi manifestada ao prefeito Rafael Greca pela chefe da Divisão de Transportes do BID, Ana Maria Pinto, durante encontro realizado na sede do BID, em Washington (EUA), com especialistas de transportes do organismo.
“É muito importante para o BID fazer parte desse processo, uma vez que acompanhamos o setor de transporte coletivo durante muitos anos e vamos continuar sendo parceiros”, disse Ana Maria.
Greca viajou aos Estados Unidos a convite do BID para participar do seminário do banco Presente e Futuro dos Transportes, realizado na capital norte-americana.
O peso dos subsídios
O prefeito Rafael Greca relatou a dificuldade para manter o atual sistema e ao mesmo fazer melhorias contínuas para garantir o bem estar da população.
Atualmente a passagem de ônibus custa R$ 6, mas a tarifa técnica está em R$ 7,28, uma diferença que é paga com recursos do município. Isso é muito difícil porque os custos existem e exigem muitos subsídios. Se é possível separar a propriedade da frota da operação, isso será muito bom para a cidade”, comentou Greca.
Troca de experiências
Sobre a ideia da chefe do setor de transportes do BID para que Curitiba faça troca de experiências com as cidades de Santiago do Chile (Chile) e Bogotá (Colômbia), Greca sugeriu que o BID coordene um seminário em Curitiba sobre descarbonização do transporte coletivo.
“Podemos fazer um encontro sobre descarbonização para todas as cidades da América Latina. Seria um impulso importante para a sustentabilidade”, defendeu o prefeito.
Táxis elétricos
Na segunda parte da reunião, Greca propôs que o banco, através do BID Invest, financie a estrutura para apoiar a eletrificação da frota de táxis e demais veículos de Curitiba.
Para isso seria necessária a criação de infraestrutura, como a criação de pontos de abastecimento em toda cidade para dar mais comodidade aos motoristas de carros híbridos e elétricos.
“É um desafio, é muito importante para o futuro da cidade e para os próximos governantes criar esta infraestrutura de eletrificação da frota. Temos que fazer este começo, depois o projeto se completa. Como bem disse São Francisco de Assis, vamos fazer um pouco de cada vez e ao final conseguimos fazer o que parecia impossível”, disse.
Greca determinou à equipe da Prefeitura que formate uma proposta sobre este plano de eletrificação da frota para análise do organismo internacional.
Vocação para a inovação
Além do tema transporte, os especialistas também pediram uma análise do prefeito sobre a facilidade com que o curitibano abraça ações inovadoras.
O prefeito citou que mesmo com o fato de a cidade ter a primeira universidade do Brasil, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1912, ou de ter a formação da sua população por povos europeus, não são fatores preponderantes.
Para garantir a continuidade deste modelo, Greca disse que vai insistir muito que as pessoas devem pesar em sua futura escolha o que é bom para a cidade.
Reserva hídrica
Greca explicou aos técnicos do BID que teve a ideia de criar os ecodistritos durante a seca nos anos da pandemia. Outra ideia é fazer habitação popular às margens do Rio Belém ao longo de 16 km. O prefeito citou como exemplo bem sucedido o Projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo da Caximba, que a Prefeitura está construindo em parceria com a AFD, a maior intervenção socioambiental da história recente da cidade.
Estão em andamento as obras das etapas 1, 2, 3 e 4 do Bairro Novo da Caximba, que prevê, na totalidade, reassentar 1.147 famílias e regularizar os domicílios de outras 546, organizando o território e permitindo a recuperação da área de preservação. No total, 1.693 famílias da Vila 29 de Outubro serão contempladas com o projeto.