Na foto: Neuroarquiteta Germana Lara
Nos anos 2000, após a criação da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA), em San Diego (Califórnia), e com base nos trabalhos do neurocientista Fred Gage e do arquiteto John Paul Eberhard, surgiu o termo “neuroarquitetura”, após pesquisas científicas mostrarem que os ambientes podem, de fato, afetar certas capacidades e sensações cognitivas do cérebro humano.
“A neuroarquitetura é a neurociência aplicada à arquitetura, que é o estudo científico de como nosso cérebro reage aos espaços em que vivemos, trabalhamos e frequentamos. O método pode ser usado para ambientes residenciais ou empresariais e oferece milhares de possibilidades para melhorar o dia a dia dos moradores ou trabalhadores”, esclarece a neuroarquiteta, Germana Lara.
Não é apenas na construção do ambiente que esse conceito pode ser utilizado. Germana destaca que ele pode trazer ainda mais resultados quando inserido na decoração. “Primeiro, definimos o que a pessoa vai fazer naquele ambiente. Como um quarto, por exemplo, ela quer relaxar, certo? Por isso, nada de estímulos, luz direta, cores fortes e nem muitas texturas, evitamos papéis de parede com muitos desenhos e até quadros decorativos coloridos”, exemplifica.
E para quem deseja potencializar isso no dia a dia, Germana dá algumas dicas de decoração: “Para se sentir calmo, opte por usar tecidos, tudo que tem um toque suave vai te ajudar a relaxar. No escritório, por exemplo, já temos que ter iluminação que estimule o cérebro a se concentrar melhor e cores que dêem estímulo visual ao cérebro. Vermelho, por exemplo, é ótimo para quem trabalha com criatividade”, indica.
Para quem deseja mesclar o bem-estar no trabalho ou em casa, Germana cita que é possível realizar um projeto para ambientes corporativos também. “Para os projetos empresariais, temos que adotar técnicas parecidas com a do home office, lembrando que a empresa precisa ter o espaço de descompressão com elementos relaxantes também, e que o projeto de iluminação deve ser pensando para ir diminuindo a luz ao longo do dia, o que vai evitar fadiga dos funcionários”, diz.
Além disso, é necessário pensar em cada público-alvo da empresa. “Os projetos comerciais, como restaurantes precisam estimular o paladar, por exemplo, mas antes seu cérebro precisa ‘comer com os olhos’, por isso as cores do espaço, e até a iluminação vão contribuir para que o cliente consuma seu produto, goste e atribua uma experiência positiva à sua marca ou estabelecimento”, finaliza.