A mostra inédita exibe obras com diferentes linguagens já exploradas nos últimos 22 anos pelo artista que também é especialista em murais e atua como arte-educador.
“Incansável pesquisador, traz ao Museu novas linguagens, mas também apresenta um pouco de cada uma das muitas vertentes que compõem seu trabalho”, diz. “Um recorte de sua heterogênea produção está reunido na mostra, que registra esse momento especial na carreira do artista conterrâneo”, comenta a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika.
“Ao realizar uma exposição de André Mendes, o MON evidencia a trajetória desse artista que, em duas décadas de trabalho, ganhou o mundo”, afirma Juliana.
A superintendente-geral da Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, ressalta a importância para o MON em receber a mostra de um artista paranaense dessa envergadura. “A exposição é uma oportunidade para o público apreciar a arte já madura de André Mendes e também um reconhecimento desse artista e sua representatividade no cenário contemporâneo.”
Na exposição, Mendes envolve o público por meio de desenho, pintura, escultura, instalações, mural, além de uma obra digital listada como NFT. Um mural que dialoga com a obra digital “Origin”, com acesso por meio de realidade aumentada, através de um filtro de Instagram.
O artista, que já expôs em Portugal, França, Inglaterra, Tailândia e Malásia, diz que “Lados Lados” é carregada de sutilezas. “Imprimi um lado muito sensível nessa exposição”, comenta. “São anos de imersão em técnicas para chegar a este resultado. Trata-se de um trabalho no qual confiro atenção especial ao lado de dentro. É uma experiência imersiva que vai do piso ao teto, explorando a arquitetura do Museu. Criei uma atmosfera por meio de uma gama de cores, que acolhe uma forma fluida, possivelmente do reino mineral, que transcende a compreensão do universo por sugerir uma certa alma.”
Ancestralidade atemporal
Seja da pré-história ou de um futuro distante, a exposição de André Mendes fala sobre a vida e trata de uma ancestralidade atemporal. “Venho desenvolvendo essa pesquisa desde ‘Estado’ (2018) e ‘Lugar’ (2021), onde o diálogo entre pintura e escultura é escancarado”, diz. “Minha última transição foi da tinta acrílica para o óleo, que permitiu o acesso a um novo tipo de dimensionalidade. Chamo essa forma pura que saltou da tela de ‘menir’. Com um misto de paz e frieza, peso e leveza, ela se impõe em forma de ocupação de espaço com toda a sua ambiguidade harmônica.”
“A polivalência é uma das principais características da trajetória de André Mendes, que apresenta uma frequência que dissipa as noções mais elementares entre espaço e tempo, metafísico e material, real e imaginário”, acrescenta Nei Vargas, curador da exposição.
SOBRE O MON
O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com mais de 9 mil peças, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, sendo 17 mil metros quadrados de área para exposições, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina. Os principais patrocinadores da instituição, empresas que acreditam no papel transformador da arte e da cultura, são: Copel, Sanepar, Grupo Volvo América Latina, Vivo, Grupo Focus e Moinho Anaconda.