Animais de estimação precisam de cuidados redobrados no verão

Um dos problemas mais comuns em cães e, em alguns casos, em gatos é a hipertemia, ou seja, a ineficiência do organismo em controlar a elevação excessiva da temperatura do corpo. 

A condição pode até levar o animal a óbito, se não for diagnosticada e tratada rapidamente. Vale lembrar que, em geral, os pets são mais sensíveis ao calor e possuem formas diferentes de controlar a temperatura. Joyce Lima, médica veterinária e mestre em medicina veterinária preventiva, dá dicas sobre cuidados com os animais nos períodos mais quentes.

Hidratação de cães e gatos
Para que o animal se mantenha sempre hidratado, é importante oferecer água abundante e fresca — e trocá-la pelo menos uma vez por dia; para os gatos é interessante oferecer fontes que simulam a água corrente – isso estimula o animal a consumir mais água e se manter hidratado. Suco natural de frutas, frutas congeladas e até mesmo cubos de gelo misturados na água do bebedouro são formas interessantes de estimular o animal a tomar mais líquidos.

Passeios
Para evitar situações estressantes para o animal, o tutor deve passear sempre fora dos horários de maior “calor”, antes das 8h ou depois das 20h, jamais manter o animal em locais fechados e sem ventilação (como carros fechados) e utilizar protetores solares específicos para cães e gatos especialmente no focinho e orelhas. Caso seja um animal com “hábito nadador”, que costuma entrar na piscina ou no mar, um banho com água potável corrente logo após é fundamental para remover resíduos de cloro ou sal e prevenir possíveis irritações na pele ou proliferação de fungos e bactérias.

O ideal é que o tutor leve sempre consigo pelo menos um frasco com água fresca para o animal ingerir e se manter hidratado sempre que houver necessidade. Se o animal tiver a pele clara e o hábito de mergulhar na água, é interessante ter em mãos também um protetor solar específico para cães e gatos, pois ele pode ser removido em contato com a água.

Os “coxins”, as famosas almofadinhas das patas dos cães e gatos, são extremamente sensíveis a altas temperaturas e se queimam quando em contato com solos muito quentes. O ideal é que o tutor sempre teste se o solo está quente, principalmente o asfalto: ande descalço ou coloque as costas da sua mão no solo para verificar a temperatura, se estiver desagradável para o tutor, para o animal também estará.

Tosa em cachorros
Os tutores costumam achar que os pelos nos animais funcionam como as roupas para nós, humanos, nos aquecendo no inverno. Mas ao contrário disso, os pelos na verdade atuam como verdadeiros isolantes térmicos, evitando que o animal perca ou receba muito calor do ambiente: no inverno atuam como um cobertor, e no calor atuam como uma geladeira.

Assim, não há necessidade e nem é recomendada a tosa no verão, pois a pele do animal pode ficar mais exposta aos efeitos do sol, à infecção por bactérias ou fungos e à infestação de pulgas e carrapatos. O ideal é o tutor realizar a tosa higiênica e a manutenção do tamanho da pelagem de forma que permita a escovação diária do animal.

Posso dar gelo para o animal? Pode sim! Inclusive é uma excelente forma de incentivar o cão a beber mais água e se refrescar. No entanto, é importante que o tutor tome cuidado com a forma como esse gelo será oferecido. O ideal é que ele seja misturado à água que ele bebe (adicionado no próprio bebedouro). Não é interessante para o animal que cubos de gelo muito grandes sejam oferecidos de forma direta ou que ele receba banhos de imersão com cubos de gelo, pois isso pode ser muito agressivo à sua pele.

Animais Silvestres
Aves, roedores e répteis são animais muito sensíveis às variações de temperatura. É importante que o tutor consulte o seu médico veterinário de confiança sobre a temperatura ideal do ambiente para a espécie do animal e assim ofereça as condições que ele precisa. Animais diferentes têm exigências diferentes; por exemplo: animais de floresta, precisam de temperaturas amenas e alta umidade, enquanto os de deserto precisam de altas temperaturas e baixa umidade. Além disso, algumas espécies têm maior facilidade em se adaptar ao ambiente. Por isso é importante a conversa com o médico veterinário do animal.

No verão também é comum observarmos animais silvestres de vida livre com maior facilidade, pois eles se reproduzem durante a primavera e nessa época os filhotes começam a nascer e se desenvolver.

Aves e roedores
As aves e os roedores são animais muito sensíveis ao calor. As aves conseguem perder calor através da respiração ou bebendo água. Os roedores perdem calor pela respiração e, dependendo da espécie, pelas orelhas ou cauda. Assim, quando esses animais estão sofrendo com o calor, é comum que fiquem ofegantes, com as asas e bicos abertos, com movimentos lentos e comendo pouco. Alguns cuidados devem ser tomados: limpar a gaiola com maior frequência (para evitar que o restante de sujeira e ração atraia mosquitos); aumentar o cuidado com a alimentação (pode estragar, murchar ou azedar facilmente) e oferecer a comida em menor quantidade, mais vezes ao dia;

oferecer frutas congeladas; manter a água fresca e limpa — para os roedores é interessante até adicionar alguns cubinhos de gelo na água; posicionar a gaiola na sombra, em local arejado, sem vento ou calor; não usar capas ou proteções similares durante os dias mais quentes; uso de ar-condicionado (se possível) no ambiente em que o animal fica – evitando temperaturas muito baixo.

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