O ciclo de contagio acontece da seguinte forma: o cão se contamina ao ser picado por um mosquito palha infectado pelo protozoário da espécie Leishmania. A partir desse momento o animal serve de reservatório para o vetor, o que aumenta o risco de transmissão para os humanos e outros cães.
“O cão não transmite a doença diretamente para o tutor”, explica a médica veterinária Nathalia Fleming. A doença age silenciosamente no organismo dos animais, por isso, mesmo infectados, os cães podem demorar anos para apresentar sinais clínicos. Estima-se que cerca de 60% dos animais são assintomáticos.
Entre os sintomas associados a enfermidade estão: lesões de pele, emagrecimento, anemia, crescimento exacerbado das unhas, insuficiência renal e alterações oculares. Além das manifestações visíveis, a doença compromete o funcionamento do organismo do pet e sua imunidade, o que pode gerar uma série de complicações e até mesmo levar o animal a óbito.
O diagnóstico da patologia é feito através da realização de exames, como a sorologia sanguínea. Os animais afetados precisam de tratamento e acompanhamento veterinário por toda vida, pois não existe cura para leishmaniose.
Desta maneira, a prevenção é indispensável para proteger os animais e conter os avanços da doença, que está disseminada por todo o país. O conceito de dupla defesa é o mais indicado para a proteção dos cães..
A metodologia consiste no uso de duas medidas: vacinação e utilização de produto repelente. O objetivo é proteger o cão por fora (repelente) para evitar a picada do mosquito palha infectado e por dentro (vacina), caso o cão seja picado.
Além disso, é preciso investir também em estratégias para mitigar o desenvolvimento do vetor que se reproduz em locais úmidos, sombreados e que sejam ricos em matéria orgânica. Portanto, evitar o acúmulo de matéria orgânica, como entulhos, folhas, fezes de animais e frutos em decomposição é fundamental para controlar o ciclo da doença.