No entanto, o mercado imobiliário brasileiro seguiu na contramão, apresentando crescimento considerável durante todo o ano de 2020 e que é notado até o momento. Essa constatação se dá, principalmente, por dois fatores: taxa básica de juros, somada ao maior acesso ao crédito e financiamento imobiliário, que, por consequência, aumentou expressivamente a valorização por ativos reais, sobretudo imóveis. Isso significa que, investir em imóveis se tornou mais acessível e seguro, até mesmo para pessoas que estão nas faixas salariais menores.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de crédito contratado subiu 58% no acumulado do ano passado, considerado um recorde. Para 2021, a perspectiva de crescimento é de 21%. “O acesso mais fácil ao crédito e juros ainda considerados baixos refletiram diretamente na busca por imóveis, que cresceu em todos os níveis durante o ano passado”, afirma o diretor comercial de incorporação do grupo A.Yoshii, Luiz Rogério Venturini.
Recentemente, a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgou uma pesquisa que mostra que 97% dos empresários do setor pretendem lançar novos projetos nos próximos 12 meses e 92% comprarão terrenos no período. De acordo com a Abrainc, em termos de vendas, o segmento do Programa Casa Verde e Amarela encerrou o ano passado com uma alta de 39,2%, sendo que os empreendimentos participantes foram responsáveis por 77,8% das vendas residenciais das incorporadoras em 2020, contra participação de 70,2% em 2019.
Intenção de compra
Outra aposta da construtora se baseia na intenção de compra de uma parcela grande dos brasileiros, como demonstrada na pesquisa “Raio-X FipeZap”, que avaliou a demanda por imóveis no quarto trimestre de 2020. Nela, 47% das pessoas afirmaram que tinham a intenção de adquirir imóvel nos próximos três meses. O percentual se manteve praticamente inalterado em relação ao recorde histórico alcançado no trimestre anterior da pesquisa (48%), superando a média histórica, que é de 37%. Nesse sentido, o superintendente de expansão da construtora Yticon, Cleber Casado, mostra que o sonho da casa própria no Brasil se tornou mais acessível àqueles que nunca pensaram nisso antes. “As pesquisas do setor demonstram que comprar um imóvel é um dos investimentos mais seguros do momento”, afirma.
LEGENDA – Apartamentos compactos são os mais procurados como primeiro imóvel – Foto: Ronaldo Ronan Rufino