Coisas do coração são destaques no DadoCast, o podcast de Carlos Eduardo Manfredini Hapner

Ao fazer menção sobre o Dia Mundial do Coração (29 de setembro), o apresentador disse que mais de 300 mil brasileiros sofrem infarto todos os anos e que as doenças cardiovasculares estão entre as que mais matam no mundo. Dados de 2015 dão conta de que a patologia ceifou a vida de mais de 8 milhões de pessoas.

Na conversa, o médico falou sobre sua trajetória profissional, comentou os efeitos na pandemia, abordou as novidades tecnológicas na área da medicina e cirurgia e deixou um recado a todos as pessoas que ainda estão escolhendo que profissão seguir.

“A cirurgia é viciante para quem gosta; quer operar todos os dias”, confessou. “Minhas idas a hospitais com meu pai influenciaram muita em minha decisão. Pensava em fazer engenharia porque sempre gostei de matemática, mas abracei a medicina há mais de 40 anos e não me arrependo, faria tudo novamente”, pontou. “O médico sofre fisicamente com o trabalho, nós estamos ligados as 24 horas do dia, temos uma vivência com o paciente, mas em contrapartida, a medicina nos recompensa com um retorno espiritual e fraternal inigualável”, frisa. Olhando para o futuro, afirmou que fica um pouco triste. “A idade vai chegando, a capacidade física vai reduzindo, os anos limitam a atividade, mas um dia vou ter que parar de operar e seguir para outro lado, ministrar aulas e desenvolver pesquisas”.

Para ele, o Brasil ainda não está conseguindo acompanhar mais de perto as inovações tecnológicas na área da medicina, os custos são muitos elevados. “Em comparação a outros países, estamos ficando um pouco para trás, mas estamos caminhando quem sabe para chegar a usar corações artificiais, a fazer cirurgias robóticas e minimamente invasivas e a oferecer terapias farmacológicas e procedimentos inovadores que substituam a cirurgia”, pondera. “Essa é a tendência mundial: evitar operar o coração”.

Revelou que a inteligência artificial na medicina, a tecnologia da imagem que proporcionam um diagnóstico rápido e preciso são grandes avanços, mas nada substitui o lado humano, de ouvinte, de conselheiro do médico, uma palavra de conforto. “Isso é insubstituível”.

Sobre a pandemia, ele destacou que a situação afetou a todos de uma forma inesperada. “Sofremos com o distanciamento dos amigos, a falta de trabalho, com redução financeira. Percebi um aumento no número de paradas cardíacas em casa, porque as pessoas têm medo de sair e ir a hospitais, que se esvaziaram. Mas estamos entrando no eixo agora”.

O cirurgião também fez comentários sobre a pesquisa acadêmica que desenvolveu, afirmando que é uma maneira de contribuir e inovar. Disse que em 20 anos que ficou nesta área desenvolveu com sua equipe um trabalho muito intenso que resultou em uma prótese biológica e criou um banco de doação de tecidos.

Para os jovens que buscam uma carreira, Francisco Costa aconselhou: “façam o que gostam, o que lhes dá prazer e vocês serão pessoas mais felizes; o ganho financeiro e o sucesso são consequências naturais de uma escolha feita com o coração”.

O podcast está disponível em celular, tablet e computador (dadocast.com) e na maioria dos tocadores, dentre eles Spotify e Apple Podcast.

 

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