Nesse cruzamento de informações em abundância, sem sabermos, ao certo, o que é e o que não é fake News, muita gente tem improvisado em suas escolhas, com ou sem embasamento científico, para ora escapar do vírus, ora da fome, ora do desemprego, ora escapar da quebradeira dos negócios. Enfim, vivemos um momento de incertezas do que virá à frente.
Uma coisa é certa, estamos cada dia mais perto do dia em que a quarentena será flexibilizada. E aí chegou o momento de fazermos um balanço dos resultados do isolamento social. Colocarmos na balança o que foi bom e o que foi ruim nessa experiência que pegou todos de surpresa.
Em comum, cada um de nós, em todo o planeta, teve de se reinventar isolados dentro de casa. O jargão “Fique em Casa” provocou uma mudança rápida em nossas rotinas, mexendo com o emocional. Com isso, tivemos de aprender a lidar com o medo, com a insegurança e outros sentimentos confusos gerados pelo isolamento forçado.
Fazendo um balanço desses últimos meses, podemos afirmar que a quarentena não trouxe só coisas ruins, no sentido da perda da liberdade de ir e vir. Arrisco dizer que muitas coisas boas se sobressaem e proponho colocarmos uma lupa nessas 10 mudanças positivas que nos faz mais fortes com essa experiência:
1. Aceitação e um olhar sistêmico para tudo, pois assim é possível encontrar as melhores soluções e criar ações diferentes e organizadas para a nova rotina que adotamos;
2. Tanto empregadores como colaboradores que ainda não tinham experimentado o sistema home office descobriram que esse modelo é funcional e pode ser adotado definitivamente num futuro próximo;
3. A nossa casa nunca mais será a mesma. Com mais tempo dentro de casa, as pessoas começaram a ter um olhar diferente, avaliando se sua casa está funcional e se tem seu estilo;
4. Em sistema home office, passamos a entender que antes de iniciar o trabalho temos de organizar tudo, criando-se o hábito de deixar os ambientes visualmente bonitos, pois essa organização interfere positivamente no restante do da, influindo na produtividade;
5. Para quem ainda não havia trabalhado no sistema home office, definiu-se o “território” para essa atividade na casa;
6. Trabalhar em casa requer uma preocupação com a ergonomia. E passamos a perceber a importância de termos móveis apropriados e uma iluminação adequada. Essa percepção trouxe o mesmo olhar para os demais ambientes da casa e, junto, a pergunta: “Minha casa é funcional?”;
7. Criaram-se sistemas de comunicação, no caso de famílias mais numerosas e com crianças, de modo a cada um interferir o menos possível na atividade do outro. Assim, passamos a valorizar mais a clareza na comunicação dentro da família, entendendo que esse pode ser um ótimo caminho para a solução de problemas;
8. Aprendemos a pôr foco nas prioridades, organizando nosso tempo para a hora de trabalho e demais atividades do dia a dia;
9. Com a quarentena se esticando, fomos trocando o pijama por uma roupa confortável, pois fomos entendendo que não estávamos de férias, mas sim, nos ajustando a um novo sistema de trabalho dentro de casa. Aprendemos que quanto mais rápido nos adaptamos, com mais facilidade criamos uma nova rotina e, assim, sofremos menos com as mudanças;
10. Percebemos que, mesmo trabalhando, podemos intercalar os momentos de concentração com outros de descontração, colocando uma música para tocar e sair dançando entre os móveis, aumentando, assim, a produtividade e a criatividade, tornando esse momento mais leve.
Olha quanta coisa aprendemos com a quarentena. Inclusive, que podemos ser mais felizes trabalhando em casa, vivendo mais dentro de casa, olhando para o nosso lar com mais frequência e percebendo o que deve ser feito para mantê-lo sempre aconchegante e bem-cuidado.
Hoje, percebemos que saímos diferentes dessa experiência, mais evoluídos. Ganhamos mais tempo longe dos engarrafamentos, podendo ficar mais uns minutinhos na cama, antes de iniciar um novo dia.
Podemos dizer que as coisas mais simples, como sair na varanda e se espreguiçar, tomar aquele solzinho na cara por alguns segundos, tomar um café da manhã devagar, saborear cada minuto do dia e se organizar para trabalhar, curtindo momentos de descontração bem dosados, nos dá um sentimento de gratidão.
Vivemos essa experiência da quarentena podendo fazer um balanço e encontrar tantos bons motivos para ser gratos por esse processo de autoconhecimento que tantos de nós precisávamos para sair daquele “modo robô” que vivíamos sem perceber que tínhamos perdido o elo com nossa essência e com a verdadeira felicidade.