Arquitetas abordam os prós e contras dos tipos de moradas

Com o isolamento social, a população passou a ficar mais tempo dentro das suas moradias, fator que expôs novas necessidades para as famílias, que de uma hora para outra precisaram transformar o lar em espaço de trabalho, estudo e lazer.

Para esclarecer o cenário àqueles que agora, ou um pouco mais adiante, passarão pelo momento de decidir por uma mudança, as arquitetas trazem os prós e contras de cada tipo de morada. Antes de deliberar entre uma casa ou um apartamento, a primeira recomendação indicada pelas arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos é realizar uma análise pessoal – e bastante profunda –, sobre o que pode soar como vantagens e desvantagens, de acordo com o estilo de vida do morador ou da família como um todo. “Ter em mente o que se busca é fundamental”, enfatiza Paula.

Além do tipo de edificação, também é necessário avaliar aspectos que englobam o entorno como os serviços oferecidos pelo bairro, o perfil da rua (calma ou muito movimentada), bem como mensurar distâncias para chegar ao trabalho e levar as crianças ao colégio.

Outro exemplo elencado pelas arquitetas está relacionado ao seguir regras – que em linhas gerais integram o viver em apartamento ou residências. Mas em apartamentos, a atenção com temas sobre silêncio e convivência com vizinhos acabam se tornando ainda maior, haja vista apenas paredes e lajes dividem o espaço entre as unidades do prédio. “Paciência, bom relacionamento e tolerância são requisitos fundamentais”, relata Paula.

Ao escolher por uma casa, liberdade, privacidade e tranquilidade com a não ocorrência de barulhos de vizinhos do andar superior arrastando móveis fora de horário, o toc toc do salto e música com volume alto são certezas. Além disso, a possibilidade de criar animais com mais conforto, cultivar plantas (o prazer de mexer na terra do quintal) e ter um espaço mais amplo para quem adora receber convidados em casa são atrativos que apenas as residências oferecem em plenitude. Além disso, morar em casa também possibilita um maior controle das despesas da família, já que não existe o custo mensal do condomínio. “Com essa economia, é possível investir em possíveis melhorias mais para frente”, direciona Danielle.

No contraponto, a segurança é a primeira das desvantagens de morar em casa. Por não existir a estrutura de vigilância de um edifício, faz-se primordial destinar um valor considerável para a instalação de cerca elétrica, bem como sistemas de alarmes e vigilância. A limpeza de área externa e garagem também podem ser consideradas pontos negativos, já que em apartamento o condomínio é incumbido pelos cuidados da parte interna. “No tocante à manutenção, é preciso sempre observar o estado de conservação de telhado, pintura externa da fechada e caixa d’água, entre tantos tópicos”, esclarecem as arquitetas.

O morar em apartamentos implica em considerar a praticidade e segurança em função dos muros altos, controle de portaria e todo sistema de monitoramento adotado pelos edifícios. O lazer também é um tema que agrega, já que o conceito mais atual dos empreendimentos prevê uma ampla estrutura, semelhante aos clubes, que comporta por área gourmet, salão de festas, quadras, playgrounds, saunas, academias e piscinas (inclusive aquecidas).

Para quem viaja muito, ou passa o dia todo fora de casa, a aquisição de um apartamento promove a confiança de um lar sem o mesmo risco de assaltos que as casas estão submetidas. Limpeza e manutenção também são vantagens para quem mora em prédio, pois embora o valor do condomínio possa ser oneroso, a tarifa já inclui o cuidado com as áreas comuns do prédio.

Porém, nem tudo são flores, já que na maioria dos casos apartamento é sinônimo de um espaço menor dentro do lar. Em função disso, o imóvel demanda um projeto com soluções para organizar a rotina, bem como uma série de adaptações. Aos moradores com pets, faz-se indispensável seguir as normas que regem o estatuto dos condomínios. “Alguns, por exemplo, não aceitam animais de estimação de grande porte”, alerta Paula.

Tem quem reclame também da falta de privacidade, tanto com as janelas, como como os ruídos. Construídos ‘parede com parede’, não é incomum conviver com situações como a briga de vizinhos outras ocorrências relacionadas ao dividir uma vida ao lado de vizinhos. O respeito às regras é premissa, já que não seguir questões como a lei do silencia após as 22h pode resultar em multas. “Além de um mal estar que não deixa o clima propício”, finaliza Danielle.

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