Imagina uma cidade em que as boas ideias dos seus moradores fossem aplicadas para solucionar desafios climáticos, de mobilidade, energia e planejamento urbano. E se, melhor ainda, essas sugestões ganhassem escala e pudessem ajudar outros municípios ao redor do planeta? É essa a proposta do Climathon, um hackathon realizado globalmente desde 2015, que desembarca pela primeira vez no Brasil neste ano. A maratona empreendedora ocorre simultaneamente em mais de 100 cidades do mundo, nos dias 25 e 26 de outubro. Em Curitiba, o evento é uma iniciativa do Impact Hub e será na Unicesumar (Rua Itajubá, nº 673, Portão), e as inscrições para participantes, voluntários e mentores estão abertas.
Diante de um cenário mundial de “greve global pelo clima”, que tem envolvido milhares de manifestantes, em centenas de países, exigindo medidas para frear a emissão de gases poluentes e combater o aquecimento global, o Climathon propõe desafios práticos para problemas concretos envolvendo a temática. A ideia é que as equipes “virem a madrugada” desenvolvendo soluções úteis e tangíveis para os desafios propostos.
“Em uma cidade como Curitiba, que está resgatado o protagonismo nessas temáticas relacionadas à sustentabilidade, é fundamental engajar as pessoas nessa participação. Pelas vias tradicionais temos formas pouco interativas de a população se envolver em propostas, e um hackathon dá uma oportunidade muito prática para qualquer pessoa discutir e buscar soluções para estas questões”, explica o jornalista Rulian Maftum, diretor de Programas do Impact Hub Curitiba e coordenador do Climathon.
Estudantes, desenvolvedores, inovadores, empreendedores e população em geral podem se inscrever em time ou individualmente, de forma gratuita pelo site https://climathon.climate-kic.org/en/curitiba. É possível já ir para o evento com uma ideia existente ou trabalhar uma na hora, com uma equipe interdisciplinar (pré-definida ou formada pela organização), e apoio de especialistas. A organização do Climathon também está recebendo a inscrição de mentores e voluntários para o desafio. Uma banca avaliadora vai premiar uma ideia por desafio, e as melhores soluções concorrem a uma premiação global.
Rulian lembra que o hackathon não é um concurso, mas uma maratona que busca soluções concretamente aplicáveis para problemas ligados a mudanças climáticas. Ou seja, todas as ideias desenvolvidas no evento têm potencial e nem sempre a vencedora é a que terá aplicabilidade primeiro. “Quanto mais ideias, melhor. O Climathon não acaba dia 26, mas começa. O objetivo é que as boas ideias saiam do papel, por meio de parcerias e apoios de empresas que tenham interesse nas soluções”, explica.
Apoio
Organizado pelo Impact HUB e parceria da Unicesumar, o Climathon conta com apoio da Prefeitura de Curitiba, por meio do Vale do Pinhão, InPAR (Instituto Paranaense de Reciclagem), APEAM (Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais), rádios Mundo Livre FM e 98 FM, Savannah Comuniação Corporativa, Novozymes, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Instituto Barigui, Youth Action Hub.
Soluções
Somente no ano passado, foram 113 cidades de 46 países, que envolveram mais de 5 mil participantes no desenvolvimento de cerca de 400 soluções. Para 2019, até o momento são 92 cidades confirmadas e mais 50 interessadas no Climathon.
Entre as ideias desenvolvidas em anos anteriores está o aplicativo Foodshelf, criado no Climathon de Zurique, em 2016. O desafio apresentado pela organização era: incentivar os cidadãos e as famílias a comprar e comer alimentos mais ecológicos e reduzir o desperdício. O app é uma espécie de “prateleira de alimentos”, em que um morador pode tirar uma foto de uma comida que tem em sua casa e não vai mais consumir, postar e o vizinho interessado tem como solicitar o alimento gratuitamente. O aplicativo entrou no ar um ano depois em outubro de 2017 e está disponível para iOS e Android.
Em 2018, diante do desafio “Cerca de 20% das famílias na Cidade do México só têm acesso à água da torneira por algumas horas por dia, e muitas delas pagam milhares de pesos para obter água limpa através de tanques de automóveis. Enquanto isso, 40% da água é perdida no sistema de tubulações. Como podemos melhorar essa situação?”, uma equipe do Climathon mexicano criou o Agua-Atl, um aplicativo que fornece informações para o cidadão comum sobre o impacto econômico da captação de água da chuva.
Todas as soluções de anos anteriores podem ser conferidas no site oficial do Climathon: https://climathon.climate-kic.org/en/.
SERVIÇO
Climathon em Curitiba
Data: 25/10 (sexta-feira), a partir das 19 horas, e 26/10
Local: Unicesumar (Rua Itajubá, nº 673, Portão)
Entrada gratuita
Inscrições: https://climathon.climate-kic.org/pt/curitiba