O primeiro semestre de 2016 não foi favorável ao mercado imobiliário, que viu seus estoques estacionando, com pouco investimento pelo consumidor, que depende do crédito e do financiamento imobiliário para adquirir a tão sonhada casa própria. Fato é que a crise que assolou o país está ficando para trás e fazendo com que aos poucos o consumidor retome a confiança no mercado imobiliário.
De acordo o economista José Pio Martins, outras crises virão. “Essa não é a primeira crise pela qual passamos e nem mesmo será a última, e geralmente, este é o ciclo da crise: há um retraimento, justamente pela incerteza do dia de amanhã, mas há também novas perspectivas, porque é na crise que novos cenários e novas possibilidades se desenham”, diz o economista.
Pio afirma que há um déficit habitacional no Brasil de 7 milhões de moradias, isso sem contar o crescimento anual da população, que é cerca de 1 milhão e 600 mil pessoas. “Para que cada brasileiro pudesse ter uma moradia, anualmente teriam que ser construídas 400 mil novas habitações, isso sem contar o déficit existente”, diz.
Vários fatores impactaram para que a busca de imóveis diminuísse, entre eles, o desemprego e a alta dos juros. “A taxa de juros subiu, tivemos altos índices de desemprego e as expectativas se deterioraram. A aquisição de um imóvel é diferente de aquisição de um bem de consumo, e por isso, as pessoas preferiram segurar o seu dinheiro na incerteza do dia de amanhã”, diz o economista.
Pio ainda destaca que fugir do “efeito manada” é a melhor estratégia para quem quer investir. “Costumo sempre usar uma frase do Warren Buffett, que diz: quando todo mundo está agitado, eu me recolho, quando todos estão deprimidos, eu vou ao mercado comprar. Pois é justamente quando há um clima negativo, com preços em baixa, que há uma liquidação do estoque, para que venha uma nova fase”, afirma o especialista.