O aumento da taxa de juros para financiamento imobiliário pelos agentes financeiros, especialmente para os imóveis usados, e dos saques da caderneta de poupança – que, até junho, contabilizaram R$ 38,542 bilhões a mais em retiradas do que em depositados efetuados no primeiro semestre, segundo o Banco Central – tornou o consórcio atrativo para a compra do imóvel. Seguradoras e corretoras de seguro, e até mesmo os bancos, pretendem intensificar os investimentos nessa modalidade que, atualmente, corresponde a somente 15% dos bens entregues. Há dez anos, o consórcio imobiliário correspondia a apenas 2% dessa transação. Na Senzala Corretora de Seguros, de Curitiba, a estimativa é de um incremento de 15% a 20% na venda do produto.
O diretor da corretora de seguros, André Coutinho, diz que o consórcio imobiliário atrai muito a atenção do cliente quando se compara a sua taxa de administração com o juro cobrado no financiamento. “A diferença é enorme, por se tratar de uma compra programada que depende de sorteio ou lance. A taxa de administração mensal de um consórcio gira na média de 0,1%, enquanto que num financiamento esse valor chega a ser de quase 1% ao mês, ou seja, quase dez vezes mais. Porém, a vantagem do empréstimo bancário é que o cliente consegue o crédito já na aquisição do imóvel”, avalia.
Apesar de o trâmite referente à documentação e ao processo de alienação do bem ocorrer da mesma forma nas duas modalidades de crédito, Coutinho aponta outras diferenças. “No consórcio, se o valor da carta for superior ao valor do bem, o cliente pode usar esse montante extra para pagar as despesas com documentação, amortizar parcelas ou ainda investir na decoração do imóvel, ao contrário do financiamento, em que geralmente só é possível financiar o valor referente ao bem”, compara.