Que ainda passam por um intenso processo de verticalização, com descentralização da oferta de imóveis residenciais para os bairros, como as cidades de Londrina e Maringá, no Norte do Estado.
“As operações intermediárias entre o shopping center e uma loja, como os centros comerciais de bairro, ainda são oportunas porque atendem uma determinada região que é mal assistida em termos de varejo, geralmente com uma âncora que pode ser um supermercado ou rede de fast food. A opção é atrativa em função dos baixos custos de construção e instalação e por haver uma carência em termos de assistência a essa demanda”, argumenta Kahtalian.
Augusta aponta outras vantagens competitivas do negócio para quem deseja empreender, como menor concorrência, já que não há espaço para duas ou mais lojas com a mesma oferta de produtos e serviços, e a fidelização dos clientes, visto que as operações comerciais ali instaladas atendem um público específico e com mercadorias que fazem parte do seu dia a dia. Ela cita ainda os benefícios do empreendimento para os moradores da região.
“O negócio permite encontrar os produtos e serviços mais utilizados no dia a dia perto de casa, sem necessidade de percorrer grandes distâncias ou de enfrentar fila para estacionar. Além disso, oferece a possibilidade de morar e trabalhar na mesma região, já que sua instalação abre novos empregos no local, e torna o bairro mais seguro, pois, estimula o aumento de pessoas circulando nas ruas em diferentes períodos do dia”, relaciona a gerente da Senzala Imóveis.
É possível encontrar alguns exemplos de Strip Mall em Curitiba, como o pioneiro Park Ecoville, próximo ao Park Shopping Barigui, construído em 2004. A Região Sul de Curitiba, recentemente adensada, também deve receber esse modelo de centro comercial de bairro. O modelo de negócio é bastante difundido nos Estados Unidos e corresponde a cerca de 40% dos shoppings de bairro. Além disso, é tendência no Reino Unido, onde inclusive incorporam bibliotecas e centros comunitários.
O aquecimento do setor de lançamentos imobiliários em Curitiba nos últimos anos impulsionou a verticalização em direção aos bairros da cidade, especialmente em regiões como Ecoville, Campo Comprido, Novo Mundo e Pinherinho. Segundo a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), elas têm liderado a oferta de apartamentos residenciais novos na capital. Mas, somente agora, com a entrega dos imóveis, é que esses bairros estão sendo realmente ocupados. Para os especialistas no setor, esse cenário indica algumas tendências de projetos imobiliários na cidade, como os Strip Malls.
Os Strip Malls são centros comerciais de bairro, com Área Bruta Locável (ABL) de mil a quatro mil metros quadrados, compostos por uma faixa (strip) de lojas e um amplo estacionamento conjunto para todos os lojistas em frente. As lojas oferecem os produtos mais usados no dia a dia dos moradores da região, como panificadora, farmácia, salão de beleza, floricultura e agências bancárias. Os centros comerciais de bairro também podem oferecer serviços, sendo ocupados por profissionais liberais como médicos, psicólogos e dentistas.
“Esse tipo de edificação pode ser uma opção interessante de investimento no mercado imobiliário. Entretanto, para que tenha êxito, é importante que ele seja construído num ponto estratégico do bairro, preferencialmente em esquinas, e tenha a maior diversidade de produtos e serviços possível, com uma ampla área de estacionamento. Além disso, os imóveis para aluguel dentro do empreendimento devem ter valor alinhado com a capacidade financeira dos moradores da região”, avalia a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch.