As novas taxas de juros da Caixa Econômica Federal para financiamento imobiliário já estão valendo. A maior correção é para as operações do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), em que a taxa de juros para os clientes que não têm relacionamento com o banco passa de 9,2% para 11% ao ano. Para os clientes com relacionamento com o banco, os juros passam de 9,1% para 10,7% ao ano. Nessa modalidade, as correções mais elevadas são para os servidores, que terão um acréscimo de até 1,5% ao ano na taxa de juros. O SFI compreende os imóveis com preço acima de R$ 750 mil, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal; e acima de R$ 650 mil para os demais Estados.
Já para os imóveis enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a taxa de juros para clientes sem relacionamento com o banco está mantida em 9,15% ao ano. Para os clientes com relacionamento com o agente financeiro, a taxa passa de 8,75% para 9% ao ano. O SFH abrange os imóveis com valor de até R$ 750 mil para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal; e de até R$ 650 mil para os demais Estados.
Entretanto, ainda é possível encontrar oportunidades para o financiamento do imóvel, pelo próprio banco, a condições mais atrativas. Em Curitiba, um exemplo é o Prime Class Residence, empreendimento da Swell Construções e Incorporações, no Água Verde, que acaba de ser entregue. Dos 89 apartamentos do condomínio residencial, 11 estão à venda. As unidades disponíveis têm área privativa de 120 metros quadrados, três dormitórios e duas vagas de garagem.
O diretor de empreendimentos da Swell Construções, Leonardo Pissetti, explica que a vantagem está no fato de os imóveis do condomínio terem sido avaliados pela Caixa quando do lançamento, em 2012, tendo como base o valor praticado à época, ou seja, descontada a valorização do período de construção.
Desse modo, o apartamento com as características acima citadas, no referido empreendimento, que atualmente tem preço de R$ 770 mil, foi avaliado em R$ 650 mil o que, segundo o empresário, garante a aplicação da tabela de juros pelo SFH, mais baixas, e não pelo SFI. “Isso vai representar uma economia de até 2% ao ano em juros ao comprador ou, considerando um prazo de financiamento de 30 anos, uma redução de 60% do saldo devedor”, contabiliza Pissetti.
Em valores nominais, para um financiamento de R$ 400 mil, para clientes com relacionamento com a Caixa, esses 2% a menos de correção por ano representam uma economia de R$ 8 mil. A se tomar como base um financiamento habitacional pelo prazo de 30 anos, isso vai acarretar uma diminuição do saldo devedor em R$ 240 mil. “O comprador poderá usar esses recursos para decorar todo o apartamento e ainda comprar um carro zero”, ressalta Pissetti.
Para o diretor de empreendimentos da Swell Construções, as novas taxas de juros vão influenciar diretamente na comprovação de renda e no valor final dos financiamentos. “As parcelas ficarão maiores e, com isso, a regra na qual a prestação deve representar no máximo 30% da renda apurada, terá como efeito a diminuição do valor final do crédito aprovado dentro da instituição financeira”, avalia Pissetti.
Entretanto, ele não acredita que a nova medida vai desacelerar o mercado imobiliário. “A demanda por casa própria é uma necessidade real. O que pode acontecer é o cliente adiar a compra do imóvel dos sonhos e optar por um menor ou no entorno da região de interesse, já que o valor financiado ficou menor”, opina o empresário.