De acordo com ele, toda construção ou reforma bem-sucedida de uma loja de shopping se baseia em dois alicerces fundamentais: a qualidade do serviço prestado e o atendimento do prazo. “Porque nem todo o capricho do mundo compensa os transtornos de uma obra que não tenha ficado pronta dentro do prazo combinado”, observa, ressaltando que basta lembrar que a loja tem data acertada com o shopping para a inauguração. “O proprietário da loja mobiliza equipe, faz esforços de marketing, reúne os produtos que serão vendidos e até pode ter feito investimentos numa festa de inauguração. Diversos passos que podem ser prejudicados por um atraso imprevisto. Sem falar que, na maioria das vezes, a loja é multada pela administração do shopping se não inaugurar na data combinada. E, se a culpa for da construtora, é claro que essa penalidade será repassada à empresa”. Magrini ensina que a palavra-chave é planejamento. “Se a construtora planejar bem, antecipando-se a possíveis fatores de atrasos, dificilmente vai demorar além do previsto”.
Segundo Magrini um dos principais motivos de demora na obra é a aprovação dos projetos técnicos. “Grande parte dos shoppings permite que a obra comece logo que os projetos de arquitetura e estrutura são aprovados – enquanto outros seguem pendentes de aprovação. Por um lado, é positivo, porque algumas atividades são iniciadas. Porém, há a possibilidade de algum projeto ser reprovado e a obra ter de parar. O ideal mesmo é só começar os trabalhos após a aprovação de todos os trabalhos”, recomenda.
Outro motivo para paralisação de uma obra, citado por Magrini, é o descumprimento de regras do shopping. “A administração do centro comercial sempre fornece para a construtora um caderno de obras, no qual constam todas as regras para a execução do trabalho. É imprescindível que o responsável pela gestão da obra conheça muito bem as regras, para evitar penalidades e paralisações. Imagine que uma paralisação de apenas três dias, no caso da construção de uma loja de shopping, geralmente corresponde a 10% do cronograma total – que corre sério risco de ficar atrasado por conta desse transtorno”.
Mais um fator que pode vir a provocar atrasos, segundo ele, é a falta de algum material ou insumo a ser usado. A construtora precavida já se empenha para reunir todos os produtos necessários à obra antes mesmo do início dos trabalhos. Contar que determinada tinta vai chegar só no momento certo de pintar a estrutura é se arriscar a um imprevisto que pode ter sérias consequências.
Para Magrini, manter uma rede sólida de fornecedores é outra maneira de garantir o prazo combinado. Quando há uma relação de intensa confiança entre construtora e fornecedor, muitas vezes o terceiro parte para a execução do serviço mesmo antes da aprovação do seu orçamento, tamanho é o grau de parceria entre as partes. “Pode até parecer óbvio, mas não é. No dia a dia, devido a uma série de interferências e até às dificuldades do relacionamento entre pessoas tão diferentes, é fácil haver estremecimentos nessa relação. O fornecedor – seja ele um pedreiro, um pintor, um carpinteiro ou eletricista – vê a construtora como um cliente, e sabe que o bom cliente é aquele que lhe passa trabalhos com frequência, que reconhece a qualidade do seu serviço e lhe paga um valor justo”, finaliza.