Em valores nominais, o investimento de construtoras e incorporadoras para edificar cada metro quadrado passou de R$ 852,36 para R$ 1.153,13 para o padrão de referência (R8-N). Os dados da Ademi/PR revelam que, considerando de 2010 a março de 2014, o preço dos apartamentos residenciais novos ofertados em Curitiba teve variação média de 34,9%, metade do percentual de reajuste dos insumos da construção civil.
Entre os elementos que compõem o CUB/m², medido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon/PR), as maiores altas foram para equipamentos e mão de obra, que tiveram reajuste de 67,4% e 54,1% para o padrão de referência, respectivamente. Os gastos com despesas administrativas subiram 50,3% e os com materiais 12,6%. “A se manter essa tendência, o custo para construir no Estado deve aumentar ainda mais e, invariavelmente, a diferença será repassada ao consumidor”, adianta Selig.
Analisando a participação de cada categoria para a composição do CUB/m², historicamente a mão de obra é que tem a maior representação, correspondendo a mais da metade dos custos. Carga que fica mais pesada a cada ano: em abril de 2010, os recursos para a contratação de funcionários correspondiam a 50,6% das despesas no setor, quatro anos depois, a participação é de quase 60%. No período, e considerando os encargos sociais, a hora de trabalho para pedreiro foi corrigida em 54,3%, a de servente em 53,7% e a de engenheiro em 50,3%.
A variação da proporção para a mão de obra é mais acentuada do que em outros proponentes. Nos últimos quatro anos, as despesas com materiais avançaram 0,5 pontos percentuais (4,4%) e as com equipamentos 0,04 pontos percentuais (0,3%) em representação no índice. Os custos com materiais foram absorvidos pelo crescimento das despesas com mão de obra, tendo a participação no custo da construção reduzida de 45,1% para 37,6%. Itens como porta, esquadria, fio de cobre e locação de betoneira também sofreram correções acima de 50% no período.
Selig lembra ainda que o CUB não inclui todos os itens que são considerados para a determinação do preço por metro quadrado da construção, como despesas em fundação, equipamentos e instalações – entre eles aquecedores, ar-condicionado e calefação -, playground e áreas de recreação, urbanização, regulamentação do condomínio, custos com projetos, impostos e taxas cartoriais, bem como a remuneração do construtor e do incorporador, o que sugere que o aumento das despesas no setor no Estado foi ainda maior.
“Inclusive, as margens das construtoras e incorporadoras estão menores devido ao aumento desses custos de construção e da carga tributária, este em todas as esferas, seja federal, estadual ou municipal. Houve uma cadeia de aumento dos custos. É por isso que somos categóricos em afirmar que o preço dos imóveis novos não vai baixar em Curitiba”, destaca o presidente da Ademi/PR.