Elas já superam os homens no cadastro de pretendentes a imóveis da Companhia de Habitação Popular de Curitiba, mais conhecido como “fila da Cohab”. São maioria também nos atendimentos em projetos de reassentamento e na chamada faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, que abrange famílias com renda de até R$ 1.600 mensais.
Na fila da Cohab, as mulheres chefes de família concentram hoje 62,8 % dos inscritos e são maioria ainda mais significativa entre os moradores de áreas irregulares em processo de urbanização ou regularização. No cadastramento que é realizado antes das intervenções nas ocupações, pelo serviço social da Cohab, elas aparecem como responsáveis pelos domicílios em 84,5% dos cadastros aplicados.
Por isso, as mulheres chefes de famílias aparecem com destaque nos reassentamentos de moradores de áreas de risco. Nestes casos, elas estão presentes em 90% dos contratos como responsáveis pelos domicílios de famílias retiradas de locais como beira de rios e transferidas para imóveis do programa habitacional.
Nas áreas de ocupação antiga e já consolidadas, onde as famílias foram beneficiadas com a regularização fundiária, os contratos em nome das mulheres representam cerca de 45% do total.
A predominância aparece também nos atendimentos feitos com unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que utiliza recursos do governo federal. Isso porque as normas de funcionamento do MCMV estabelecem o atendimento prioritário às mulheres no grupo formado por famílias com renda de até R$ 1,6 mil. E, nestes casos, também em função da regulamentação do programa, o imóvel fica em nome da mulher, mesmo quando ela é formalmente casada.
“É uma forma de proteger o bem estar da família, já que a mulher tem um vínculo duradouro com os filhos”, explica o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues. Com isso, nos empreendimentos destinados a essa clientela, em média 90% das unidades estão em nome de mulheres.
Na chamada faixa 2 do MCMV (famílias com renda entre R$ 1.601 mil e R$ 3.275 mensais), a presença da mulher entre os proprietários de unidades também é considerável e chega a 51% dos contratos assinados com a Caixa Econômica Federal – agente financeiro do programa.