A ação de auxílio ao tabagista resultou em índice de parada de 62%, surpreendendo as expectativas até mesmo dos participantes que, no início do acompanhamento, não acreditavam que seria possível abandonar o hábito de fumar. Informações dão conta de que programas semelhantes ao PAT costumam ter um percentual de sucesso de, no máximo, 35%, sendo comum o registro de resultados na faixa dos 27% – o que já é considerado bom quando o assunto é a cessação do tabagismo.
De acordo com Joice Cristina dos Santos, coordenadora dos programas de qualidade de vida do Imtep, alguns diferenciais do PAT são os responsáveis por esse resultado positivo. Entre eles, cita a metodologia empregada desde o ingresso do colaborador no programa, passando por etapas individuais, necessárias para a identificação dos aspectos mais subjetivos da relação da pessoa com o cigarro, por encontros em grupo até o monitoramentos telefônicos, que aproximam a equipe com o dia a dia do paciente.
Uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas dão o suporte necessário para que o tabagista conclua o tratamento com êxito. O material de apoio oferecido aos participantes do programa mescla informações, dicas e dados fundamentais para ajudá-los a vencer cada etapa do processo.
Segundo a responsável técnica do PAT, psicóloga Julyana Andrade Vieira, fazer o participante compreender seu “hábito de fumar” como uma doença que tem implicações químicas, psicológicas e comportamentais é fundamental para ele encarar todo o processo como um tratamento de saúde, fazendo com que a responsabilidade em parar de fumar seja compartilhada com a equipe, aliviando a tensão de ser o único responsável por ser tabagista. “Muitos se culpam por não conseguir parar de fumar e ao dividir essa responsabilidade com a equipe, a ansiedade comum nessa fase diminui e o autocontrole é mais possível”, relata a psicóloga. Julyana comenta ainda que acha importante o resultado positivo que os indicadores apontam, mas enfatiza que o maior ganho não são os quantitativos, uma vez que os resultados qualitativos diretamente ligados à qualidade de vida de cada participante, são especialmente mais surpreendente que os números.
Ao final do processo, os participantes do programa tiveram a oportunidade de trocar suas experiências somadas ao longo do ano. “O resultado foi um momento de muita emoção ao lembrar das dificuldades e desafios, mas sobretudo falar do sentimento de liberdade, realização, melhora da autoestima e da autoconfiança, do reconhecimento dos amigos e familiares e principalmente do orgulho em poder dizer: eu venci!”, observa a psicóloga.