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A doença renal crônica (DRC) envolve a perda progressiva das ações de filtração e de secreção hormonal, prejudicando tanto a eliminação quanto a conservação dos componentes do sangue. “O aumento das doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão, faz com que tenha um acréscimo no número de pacientes com problemas nos rins’, enfatiza o médico.
De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) o número de doentes renais no Brasil dobrou na última década. Estima-se que 10 milhões de brasileiros sofram de alguma disfunção renal. Atualmente, entre 90 mil e 100 mil pessoas passam por diálise no país.
A SBN também faz um alerta sobre os 70% dos pacientes que iniciam a diálise apenas quando descobrem a doença. “Os profissionais de saúde devem ter uma atenção especial com os pacientes de risco, ou seja, hipertensos, diabéticos, com idade avançada, com doença renal crônica na família, exposição a drogas como antiinflamatórios não esteróides, analgésicos, contrastes injetáveis para radiologia e cocaína”, destaca o nefrologista.
Entre os sintomas mais comuns da doença estão: fraqueza, perda do apetite, sonolência, inchaço, falta de ar, alteração do padrão do sono, náuseas, vômitos, maior diurese durante a noite, redução da diurese, escurecimento persistente da coloração da urina, da elevação da pressão arterial.
Prevenção e tratamentos
A melhor prevenção, segundo o Dr. Mulinari é controlar a hipertensão e o diabetes. “Também é necessário modificar os hábitos de vida: reduzir o excesso de peso, sal e gorduras, praticar atividade fisica regularmente e controlar o excesso de proteína da dieta”, destaca o especialista e acrescenta. “ Avaliar a creatinina sérica e o exame parcial de urina também são medidas úteis na detecção precoce das doenças renais”.
Embora não tenha cura, é possível tratar a doença. Entre os procedimentos estão o conservador de função renal e a substituição renal. Segundo o nefrologista, o tratamento conservador nas fases iniciais se concentram na doença de base, principalmente hipertensão e diabete. “Também nos preocupamos com a redução de substâncias na dieta que gerem toxinas, como excesso de proteínas ou distúrbios de composição, como excesso de água, potássio ou sódio”, destaca.
Porém, nos estágios mais avançados é necessário corrigir a anemia, a retenção de água e sal, o excesso de ácido, o excesso de fósforo e a falta de cálcio.
Já a substituição renal é realizado com tratamento dialítico, como hemodiálise e diálise peritoneal, ou com transplante renal, tanto de doador vivo ou doador cadáver.
“Tanto o tratamento conservador quanto o substitutivo exigem acompanhamento contínuo e controle clínico durante toda a vida. Já o transplante renal pode corrigir todas as alterações da doença renal crônica, mas exige igualmente acompanhamento do uso das drogas imussupressoras e vasoativas que evitam ou retardam a rejeição do novo rim”, explica o médico.