Alta incidência de raios requer manutenção em equipamentos

Diante disso, o Programa Casa Segura, que busca levar informações sobre a necessidade de adequação das instalações elétricas nas residências, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), decidiu ampliar o número de alertas e campanhas para que se faça a manutenção adequada de casas e edifícios.

De acordo com o engenheiro eletricista e consultor do Procobre, Hilton Moreno, edifícios localizados em região com maior concentração de raios devem instalar e fazer manutenção periódica dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), popularmente conhecidos como para-raios. “O custo de um para-raio é quase desprezível em relação ao valor da construção de um imóvel, é uma medida de segurança que deve ser implantada e fiscalizada pelo menos uma vez ao ano”, explica.

O sistema protege diretamente a estrutura do edifício e indiretamente os moradores contra as descargas elétricas no momento de uma queda de raio. Já os aparelhos eletrônicos não são protegidos pelo para-raio, pois normalmente a descarga elétrica que causa danos a esses equipamentos vem pelas redes de distribuição das concessionárias. Por isso, além do para-raios, é preciso avaliar se a instalação do sistema de aterramento do imóvel está correta e, em casos de edificações antigas, se este sistema existe. Para completar a segurança contra queimas de aparelhos, é muito importante também a instalação dos chamados dispositivos protetores de surtos (DPS).

Atualmente, a maioria dos municípios brasileiros possui normas que regulamentam as construções para a instalação correta de meios de proteção contra raios. A fiscalização é feita pelo Corpo de Bombeiros. Segundo Moreno, o risco maior está nas pessoas que optam por construir ou reformar sem apoio de empresas especializadas.

Dicas para projeto de Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas:

• Os condutores de descida são distribuídos ao longo do perímetro da edificação, de acordo com o nível de proteção, com preferência para as quinas principais.
• Em edificações acima de 20 metros de altura, os condutores das descidas e dos anéis intermediários horizontais devem ter a mesma seção dos condutores de captação, devido à presença de descargas laterais.
• Para minimizar os danos estéticos nas fachadas e no nível dos terraços, pode-se utilizar condutores chatos (fitas) de cobre.
• A malha de aterramento deve ser com cabo de cobre nu de, no mínimo, 50mm² a 0,5m de profundidade no solo, interligando todas as descidas.
• Os eletrodos de aterramento tipo copperweld devem ser de alta camada (254 microns). Os eletrodos de baixa camada não são permitidos.
• As conexões enterradas devem ser preferencialmente executadas com solda exotérmica. Se forem usados conectores de aperto, instala-se uma caixa de inspeção de solo para proteção e manutenção do conector.
• As equalizações de potenciais devem ser executadas no nível do solo e a cada 20 metros de altura, onde são interligadas todas as malhas de aterramento, bem como todas as prumadas metálicas, além da própria estrutura da edificação.
• As tubulações de gás com proteção catódica não podem ser vinculadas diretamente. Neste caso deve-se instalar um DPS tipo centelhador.

 

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