Editorial

Mais de 22 mil pessoas foram até a Arena da Baixada com o objetivo de matar as saudades de velhos ícones do futebol e arrecadar recursos para auxiliar as vítimas do tsunami japonês e das enchentes no litoral paranaense. No fim, o duelo terminou empatado 5 x 5, mas o placar era o que menos importava. Os torcedores viram ídolos badalados como Zico, Romário, Raí e o governador Beto Richa, todos imbuídos neste importante movimento de solidariedade. Mas, existem perguntas que não querem calar: Será que o Japão precisa de uma parte do dinheiro arrecadado? Não seria melhor enviar todo esse dinheiro para as vítimas do nosso litoral, pois aí sim, a quantia arrecadada iria fazer a diferença? E as vítimas da região serrana do Rio de Janeiro, que ainda sofrem com a tragédia, como ficam? Por falar em dinheiro, muito dinheiro, o plenário da Câmara Federal aprovou o acordo entre os governos do Brasil e do Paraguai, sobre o valor da energia gerada em Itaipu. Em setembro de 2009, depois do encontro de Lula com o presidente paraguaio, o Brasil aceitou pagar três vezes mais ao Paraguai pela cessão da energia não consumida pelo país vizinho, subindo dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões anuais. Pior, o deputado federal Doutor Rosinha (PT-PR) disse que o acordo representa pouco para o Brasil, mas significa bastante para o Paraguai. Não podemos esquecer que, mesmo sem entrar com nadinha de pitibiribas para a construção da Usina (custo de US$ 27 bilhões), os hermanos alegaram ser donos da metade do rio Paraná naquele trecho. O Brasil consome 95% da energia de Itaipu e com o faturamento dessa energia paga-se a dívida (bancada pelo Tesouro brasileiro) e as outras despesas de funcionamento da Usina. O que Lula, o nobre Dr. Rosinha e os deputados que apoiam o governo fizeram foi mandar os brasileiros pagarem uma conta absurda. Outro assunto que choca e diz respeito à falta de competência administrativa e financeira é a saúde pública brasileira. A saúde pública é um caos, uma tragédia. O governo alega que faltam recursos, mas o Senado já aprovou a Emenda 29, para definir recursos da União para o setor de saúde pública, só que o tema está parado na Câmara por falta de interesse do próprio governo. E se mais recursos faltam, é porque existem desonestidade e larga corrupção no setor. O Palácio do Planalto fala em recriar a CPMF, mas o Banco Mundial já concluiu que o problema da saúde no Brasil não é dinheiro. O problema é incompetência, falta de planejamento, de organização e de honestidade. E o ex-presidente Lula ficou mudo. O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o relatório sigiloso da Polícia Federal sobre o Inquérito 2474, que dá continuidade às investigações sobre o escândalo de corrupção conhecido como mensalão. O envio do dossiê ocorreu no dia 23 de março e foi divulgado apenas nesta terça-feira pelo STF. Segundo o STF, o Inquérito 2474 foi autuado no Supremo em 2006, a pedido do procurador-geral, para dar continuidade às investigações sobre fatos e eventuais delitos. De posse do relatório, cabe a Gurgel decidir se há indícios mínimos que justifiquem a apresentação de nova denúncia. Apesar de ser a continuidade das investigações que deram origem à Ação Penal 470, o Inquérito 2474 é um processo independente, e seu processamento em nada interfere na tramitação da ação anterior. Será que finalmente o povo vai ver a justiça sendo feita, ou mais uma vez teremos pizza? Aqui no Paraná, a Caixa Econômica Federal foi condenada a pagar multa a três clientes por fazê-los esperar mais do que 30 minutos na fila para atendimento. As decisões são da 1ª turma dos juizados especiais federais. Os valores variam de R$ 800 reais a R$ 3 mil. No valor mais baixo, o tempo de espera do autor da ação chegou a 42 minutos. Nas outras ações os clientes esperaram entre 55 minutos e uma hora e dez. Os casos foram registrados em Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu. Tem gerente de banco de cabelo em pé.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *