Internautas demonstram total apoio ao fim da reeleição de políticos

Se depender da comissão especial que discute a reforma política no Senado, a reeleição está com os dias contados. O grupo fechou questão sobre o tema e ainda aprovou um mandato de cinco anos para presidente da República, governadores e prefeitos. A nova regra valeria para os eleitos a partir de 2014, ou seja, quem está no cargo atualmente poderia tentar a reeleição ainda uma vez. Os participantes do debate desta semana, organizado pela Rede de Participação Política – iniciativa apartidária da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) -, demonstraram total apoio à iniciativa. Para os internautas, a regra deveria ser estendida também aos cargos do Legislativo.
 
Para o londrinense Luiz Figueira de Mello, a possibilidade de reeleição é prejudicial porque atrapalha a administração pública, tanto pelos interesses do político eleito, quanto dos seus opositores. “A prática da reeleição tem se mostrado nefasta para a governabilidade e causado grandes prejuízos ao interesse público. Um governante eleito desde o primeiro dia trabalha pela sua continuidade e a oposição, ou mesmo aliados do processo eleitoral, trabalham pela sua derrota e inviabilização de sua reeleição. Com isso projetos de interesse coletivo deixam de receber apoio ou mesmo sofrem boicotes sistemáticos até sua impossibilidade de execução. Sou terminantemente contra o processo de reeleição”, explica.
 
O pontagrossense Ermar Toniolo acredita que os problemas gerados pela reeleição afetam todos os níveis. “Reeleições criam vínculos de interesses. O então candidato, quando sabe de sua eleição, imediatamente já começa a articular e se preparar, custe o que custar, para a próxima eleição e assim vai se perpetuando no poder, sempre defendo seus interesses pessoais e de amigos. Esta é uma prática generalizada do vereador ao presidente da Republica, é um vício”, argumenta.
 
Bento Sartori Camargo, de Quatro Barras, critica o atual sistema, que, segundo ele, não permite a alternância no poder. Ele faz um comparativo com cargos de gerência em empresas privadas para explicar os malefícios da continuidade dos políticos nos cargos. “Reeleição? Em hipótese alguma! De vereador a presidente, reeleger é quebrar o pilar central da democracia que é a “alternância no poder”. Pense porque gerentes de bancos e executivos de grandes empresas nunca ficam muito tempo no mesmo lugar. Simples: além de adquirirem uma visão mais ampla, evitam-se favorecimentos para uns em detrimento de outros. Transporte essa ideia para os políticos, é a mesma coisa. Ao menos é o que estamos vendo diuturnamente nas prefeituras, estados e governo federal, se estiver errado me avisem”, afirma.
 
O tema continua em discussão até a próxima segunda-feira (28) no site www.participacaopolitica.org.br