Curitiba pode bater recorde na liberação de unidades residenciais para construção em 2010

O presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig. Crédito: Eneas Gomez

A estimativa é um dos resultados do Perfil Imobiliário 2010, divulgado pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

De acordo com o presidente da entidade, Gustavo Selig, o número é três vezes maior que a quantidade de alvarás, para o mesmo tipo de construção, liberados de 2005 a 2007, que totalizou 11.400 unidades. Em 2009, foram liberados alvarás de construção para 25.614 unidades residenciais. A maior parte das autorizações se concentra para edifícios residenciais com unidades compactas, correspondendo a 65% da total de imóveis.

“O aquecimento do mercado, fortemente impactado por uma maior oferta de crédito, não apenas para o cliente, mas também para a produção, e a mudança no perfil dos empreendimentos, que hoje têm mais unidades, principalmente os inseridos no Minha Casa, Minha Vida, favoreceram este crescimento”, explica Selig.

Como consequência, Selig revela que o número de apartamentos lançados na capital paranaense deve superar em 10 vezes o volume total de unidades lançadas em 2005, chegando à marca de 10.435 novos imóveis neste ano. Entre eles, merecem destaque os apartamentos de dois dormitórios que continuam sendo maioria entre os lançamentos, com 46% de participação no mercado.

“Isto mostra a continuidade de um fenômeno que se iniciou no ano passado, quando os imóveis com dois dormitórios superaram os de três em oferta. Isto se deve a uma mudança no perfil dos compradores que, em sua maioria, compreendem jovens empresários e casais recém-formados, que buscam pela primeira vez a casa própria”, analisa Selig. Em 2003, apenas 7% do total de imóveis da cidade era com dois quartos.

O Ecoville é o bairro com o maior número de unidades ofertadas (13,2% do total), correspondendo a 3.420 imóveis. Em seguida, aparece o Portão (8,9%), com 2.301 unidades e a região central (8,8%), com 2.286 unidades. Selig diz que um grande destaque da pesquisa é o crescimento da produção imobiliária da Região Sul que, além do Portão, contempla os bairros Capão Raso, Novo Mundo e Fazendinha.

“A disponibilidade de terrenos, em oposição à região central onde as áreas são escassas, somada a uma infraestrutura de comércio e serviços já instalada, são atrativos para as construtoras e incorporadoras investirem na região, especialmente no Portão”, avalia Selig.

Preço – Entretanto, em relação ao preço, são os apartamentos de um dormitório que acumulam maior crescimento nos últimos dez anos. O valor do metro quadrado, área total, passou de R$ 1.038,98, em 2003, para R$ 3.041,00, em 2010, contabilizando uma alta de 193%.

“Não se pode definir os apartamentos de um dormitório como no passado, em que o conceito se baseava em unidades compactas, geralmente quitinetes. Hoje estes imóveis têm área útil semelhante a apartamentos de três dormitórios”, ressalta Selig. O tipo de imóvel que detém o menor índice de crescimento são os apartamentos com quatro dormitórios e residências, que contabilizam valorização de 132% no período.

No comparativo 2009-2010, os apartamentos de três dormitórios tiveram uma valorização de 20%, sendo comercializados a R$ 2.352,79, por metro quadrado de área total, seguidos dos de dois dormitórios, que tiveram valorização de 18%, com preço médio de venda do metro quadrado, área total, de R$ 2.413,67. O valor médio do metro quadrado, área total, na cidade de Curitiba é de R$ 2.517,25.

Padrão – Quanto ao padrão das edificações, a maior parte dos 257 empreendimentos lançados na capital paranaense se concentra no alto padrão (25,7%), com preço entre R$ 450.001,00 a R$ 900 mil. Em seguida, aparecem os imóveis standart (20,6%), com valor entre R$ 200.001,00 a R$ 300 mil, e os econômicos (19,8%), com valor entre R$ 120.001,00 a R$ 200 mil.

O levantamento também mostrou que os empreendimentos supereconômicos, com preço até R$ 120 mil, representam apenas 1,9% do mercado em Curitiba. “Construir um imóvel e colocar no mercado por este preço em Curitiba, sem subsídios governamentais, é muito difícil. Vários fatores criam esta dificuldade, como o aumento dos custos da construção, da mão-de-obra e do terreno que, mesmo em regiões afastadas do centro, chega a ter o dobro do valor de mercado”, argumenta Selig.

Contudo, em número de unidades, a maior oferta de concentra no padrão standart (27,3%), o que totalizou 7.072 imóveis em 2010, seguido do padrão econômico (24,2%), que contabilizou 6.276 unidades. Os apartamentos de padrão médio e alto também tem presença significativa, correspondendo a índices de oferta de 16,2% e 21,1%, respectivamente. “Estes dados mostram que os preços em Curitiba, que era a capital com um dos menos valores de venda de imóveis do país, estão em recuperação”, pondera Selig.

Área comum – O Perfil Imobiliário 2010 mostrou ainda que a infraestrututra de lazer tem se tornado um importante diferencial de vendas, alavancando as negociações. Quase todos os empreendimentos verticais lançados em Curitiba, no ano, oferecem salão de festas, espaço gourmet e playground. “Além disso, um em cada três empreendimentos têm piscina”, informa o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig.

Imóveis comerciais voltam a ser lançados em Curitiba

O Perfil Imobiliário 2010 da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), também revelou que, depois de dois anos sem lançamentos de salas comerciais em empreendimentos verticais (2006-2007), o segmento começa a se recuperar na capital paranaense.

“A ausência na instalação de grandes indústrias no Estado nos últimos anos fez com que o setor não acompanhasse o crescimento do mercado residencial. Com a concessão de incentivos às companhias, o que se espera para os próximos anos, Curitiba vai precisar se estruturar para receber estas organizações, o que abre uma margem bastante interessante de oportunidades na área comercial”, opina o presidente da associação, Gustavo Selig.

Em 2008, foram lançados 320 unidades no Centro e no Cívico. Em 2009, foram lançadas 566 unidades no Ecoville e, de janeiro a outubro de 2010, 204 salas comerciais em edifícios foram lançados em Curitiba, com destaque para a região central e seu entorno.

“Há uma tendência na migração das atividades empresariais, e consequentemente dos empreendimentos comerciais, para bairros próximos ao centro. A região central sempre será ponto importante para o comércio, bem como para instalação de instituições financeiras, mas para outros setores, como os relacionados às áreas administrativa e de prestação de serviços, esta é uma cultura que deve mudar, a exemplo do que aconteceu em outras capitais do país”, prevê Selig.

Região Metropolitana concentra lançamentos no segmento econômico

Quase 90% dos 47 empreendimentos novos que obtiveram venda na Região Metropolitana de Curitiba, neste ano, são super econômicos e econômicos, ou seja, com valor dos imóveis de até R$ 200 mil. Essa foi a principal constatação da pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) na região. A amostra reuniu os municípios de Araucária, Campo Largo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais e São José dos Pinhais.

O presidente da associação, Gustavo Selig, lembra que, em Curitiba, os empreendimentos voltados para esta faixa de renda correspondem a 21,7% do total do mercado e, somente os supereconômicos, não chegam a 2% do total de unidades lançadas na cidade. “Na região metropolitana existem áreas com custo mais baixo, onde se consegue viabilizar estes empreendimentos, absorvendo a demanda de Curitiba, principalmente em relação aos imóveis supereconômicos”, analisa Selig.

Entretanto, o presidente da Ademi-PR acredita que, a exemplo do que aconteceu com a capital paranaense, estes imóveis tendem a se valorizar, gerando dificuldades financeiras às construtoras e incorporados para a implantação de empreendimentos, com imóveis de até R$ 120 mil, também na região. “A próxima política habitacional do governo terá que rever muitas questões do setor da construção civil, principalmente em relação a custos, ou criar benefícios tributários para que as empresas invistam neste tipo de produto”, diz Selig.

Em relação às unidades ofertadas, o predomínio dos imóveis supereconômicos (até R$ 120 mil) é ainda mais relevante, correspondendo a 82,1% do total (2.849 de 3.469 unidades). Apenas 24 unidades (0,7%) são de alto padrão, com valor de R$ 450.001,00 a R$ 900 mil, e estão concentradas em São José dos Pinhais.

Os imóveis com dois e três dormitórios lideram a oferta nas cidades pesquisadas (92,7%) e o valor do metro quadrado, área total, para os segmentos econômico e supereconômico, variam de R$ 2.014,10 a R$ 2.035,92. Na capital paranaense, os imóveis com as duas variações de quartos também estão entre os mais ofertados (31,5%). Entretanto, o valor do metro quadrado, área total, para o mesmo padrão, é até 24,5% maior, podendo chegar a R$ 2.520,11.

São José dos Pinhais lidera a quantidade de imóveis lançados na região, respondendo por 67,2% do total do mercado, num total de 2.332 unidades. “O município tem um bom número de indústrias, o que gera a necessidade de uma grande quantidade de imóveis para atender as pessoas que vão trabalhar nestas empresas, não apenas em nível gerencial, mas também no operacional”, explica Selig.

A área total média dos apartamentos no município é de 183,06 metros quadrados, contra 204,29 metros quadrados de Curitiba, e o valor do metro quadrado, calculado com base na área total, é 7% menor do que na capital paranaense, numa média de R$ 2.352,49.

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