Segundo Rodrigo Leite de Morais, especialista do Hospital da Cruz Vermelha do Paraná, muitas pessoas podem nascer com aneurisma que, com o passar do tempo, vai aumentando e pode romper. Os principais fatores de risco para a ruptura do aneurisma são hipertensão arterial e o tabagismo. “O quadro clínico é muito variado. A dor de cabeça súbita e de forte intensidade na região da nuca é o sintoma mais comum. Pode estar associada com vômitos, crise convulsiva, perda de consciência, queda da pálpebra, rigidez do pescoço e déficit visual”, relata o médico.
Segundo o médico Andrei Leite de Morais, da equipe de neurocirurgia do Hospital da Cruz Vermelha o diagnóstico é feito pela história clínica, pelo exame neurológico e confirmado por exames de imagem. “O sangramento é visualizado pela tomografia, que mostra sangue no espaço subaracnóide (em volta do cérebro) ou hematoma intracerebral (coágulo dentro do cérebro)”.
Se a história for sugestiva, mas a tomografia estiver normal, é possível fazer o diagnóstico com a retirada do líquido da espinha, que é o mesmo que banha o cérebro e pode comprovar a presença de sangue. Quando isto ocorre é necessário fazer a arteriografia (exame que estuda os vasos do cérebro) para confirmar a presença do aneurisma cerebral. As principais complicações da ruptura do aneurisma são o ressangramento, o vasoespasmo (fechamento das artérias do cérebro) e a hidrocefalia (acúmulo de água nas cavidades do cérebro). Os aneurismas rotos (que sangram) são urgências médicas e as duas principais técnicas de sangramento são cirurgia – abertura do crânio e fechamento do aneurisma com um clipe de metal – ou embolização – realizada por meio de cateterismo, com a inserção de micro molas, que promovem o bloqueio da dilatação aneurismática.
“A escolha do tratamento, sempre discutida com uma equipe especializada, deve ser realizada com base no tipo do aneurisma, sua localização e estado clínico do paciente”, esclarece Rodrigo.
O prognóstico do paciente depende de fatores como: extensão do sangramento, localização do aneurisma, idade do paciente, condição neurológica e saúde em geral. Muitos evoluem bem, sem apresentar seqüelas, porém alguns pacientes podem permanecer com déficit neurológico e até mesmo evoluir para o óbito. “É importante que ao surgirem os primeiros sinais e sintomas neurológicos o médico especialista seja consultado. O diagnóstico precoce da doença e o tratamento adequado diminuem os riscos de seqüelas”, afirma Andrei.