No Paraná dados do Departamento Econômico da Fiep mostram a dimensão da indústria têxtil e do vestuário no Estado. As 5.400 indústrias, a maioria micro e pequenas empresas, empregam mais de 89 mil trabalhadores, o que representa 6,8% de todos os empregados do setor no País. A indústria têxtil é a segunda que mais emprega entre toda a indústria do estado.
Mas a forte concorrência com produtos do mercado chinês e da falta de visibilidade de seus produtos sempre foi apontada por empresários como uma dificuldade para o desenvolvimento do setor. Outra grande dificuldade era a aquisição de maquinário, já que o Brasil não produz a imensa maioria de máquinas e equipamentos têxteis. “Essa era uma luta antiga nossa, já que há quase 40 anos o país parou de produzir maquinário. A isenção também facilita a importação de máquinas usadas, que chegam a custar até 40% mais baratas que as novas”, destaca a empresária Irit Czern, da Lafort, que integra o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado do Paraná.
Empresa paranaense que emprega cerca de 500 funcionários diretos e indiretos, a Lafort atua no atacado e varejo com marca própria e se especializou em private label, produzindo para aproximadamente 30 grandes grifes nacionais, caso da Daslu, Carmin, Iódice, Animale e Bob Store. Até o começo do ano a Lafort recebe uma nova máquina retilínea Coppo importada da Alemanha e já deve se beneficiar da isenção prevista no Decreto 5.620. “Isso representa um alento em um universo de forte carga tributária e é uma conquista do Conselho Setorial, da Indústria Têxtil e Confecção do Paraná com apoio da FIEP”, destaca Irit.
Sobre os reflexos da mudança na legislação vai trazer para o setor têxtil, o consultor Milton Jaworski acentuou que os ganhos de competitividade de uma empresa vêm exclusivamente da revisão da sua estrutura de custos e na capacidade da gestão dos recursos. “A importação de máquinas usadas traz um duplo reflexo nos resultados das empresas têxteis. Além de aumentar a produtividade pelo acesso às máquinas, os valores de amortização são menores, comprometendo uma parcela menor do lucro operacional, o que as permite praticar preços mais competitivos”, destaca Jaworski.