Estar em contato com a natureza traz a sensação de bem-estar, algo que está ganhando espaço até na arquitetura com o chamado design biofílico. Não é de hoje que as plantas fazem parte da paisagem interna dos ambientes, mas elas nunca foram tão populares. Com essa nova filosofia de design, a flora passa a ser uma parte integral da funcionalidade do imóvel.
Diogo Zambetta, engenheiro civil, reforça que essa ideia vai além de deixar o espaço bonito. “O design biofílico não é só uma moda, é uma necessidade. Com as cidades cada vez mais cheias e cinzas, trazer elementos naturais faz uma diferença enorme na saúde mental e até no bolso, já que economiza energia com iluminação e ventilação natural”, explica.
A ideia de incluir a natureza nos projetos vai muito além de estética. Grandes janelas que deixam a luz natural entrar, áreas com bastante verde e até telhados cobertos com plantas são soluções que economizam energia, reduzem o calor e ajudam a evitar enchentes.
Nos apartamentos, varandas com jardins verticais e espaços comuns cheios de plantas viraram um diferencial. “Esses projetos mexem com o lado emocional das pessoas. Quem visita um lugar assim logo se imagina morando ali, o que ajuda muito a vender os empreendimentos”, comenta Zambetta.
Apesar de todas essas vantagens, o design biofílico ainda encontra alguns desafios na realidade brasileira. Um dos maiores é o custo inicial, que pode ser visto como alto para quem não entende o impacto a longo prazo. Outro problema é a falta de incentivos para projetos mais sustentáveis.
“O que atrapalha é que muita gente ainda pensa só no custo imediato. O que esquecem é que esses projetos reduzem gastos com energia, manutenção e até ajudam na saúde das pessoas. É um investimento que se paga com o tempo”, explica Zambetta.
Mesmo assim, cidades como São Paulo e Curitiba já têm exemplos de prédios que mostram o potencial dessa ideia. Aos poucos, o design biofílico está mudando o jeito de construir no Brasil.
Diogo Zambetta, engenheiro civil
Foto: divulgação