O mosaico é considerado uma arte multifacetada, que pode ser aplicada com os mais variados objetivos e em diferentes superfícies, como pisos, paredes e painéis, além de dar forma a esculturas. A técnica consiste em criar figuras geométricas ou abstratas com pequenos fragmentos de materiais, que podem alternar desde o vidro, cerâmica, pedras, conchas, até mesmo plástico ou tampas de garrafas usadas. Mas, o que poucos sabem, é que o mosaico já era aplicado em diferentes ambientes milhares de anos antes de Cristo.
Usado para decoração desde a Antiguidade e, muitas vezes, para contar histórias de povos e culturas, o mosaico se popularizou na Espanha. Por lá, podemos encontrar a técnica desde os pavimentos com seixos, com figuras decorativas, até ao modernismo de Gaudí, que explora as formas orgânicas como solução perfeita para as suas propostas que dão personalidade a toda a Península Ibérica. No Brasil e América Latina, a influência direta do mosaico chega no período colonial e desde então se multiplica com a criatividade latina.
Par o arquiteto boliviano, Eduardo Baldelomar, o mosaiquismo transcende seu processo ecologicamente correto, além de manter vivo o legado histórico da técnica que nos permite ilustrar histórias para sempre. Ele traz referências da natureza exuberante de seu país para criar a ótica de 54 m² – usufruindo de uma paleta de cores e texturas inspiradas na árvore, símbolo nacional do país vizinho. Essa espécie de flores marcantes é natural da região leste boliviana, recentemente catalogada por organismos internacionais e com características que a tornam única em seu gênero.
Mosaico com cerâmica reciclada, marcado pela multiplicidade de cores, pelas formas orgânicas e pelos jogos com a iluminação
Foto: Israel Gollino