Em alta, mercado imobiliário de Curitiba ainda é para poucos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade paranaense é a 8.ª capital mais desigual do país. Quando se trata do acesso à moradia, o choque de realidade se repete, comprovando que a oportunidade a uma vida mais digna, com conforto, infraestrutura e segurança, ainda estámuito distante da grande maioria dos curitibanos.

Segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi- -PR), em parceria com a BRAIN Inteligência Estratégica, o preço médio dos imóveis em Curitiba é de R$ 651 mil.Sendo assim, seguindo os requisitos da Caixa Econômica Federal, seria necessária uma renda familiar de aproximadamente R$ 15 mil para financiar um imóvel dentro dos preços médios da cidade. Um estudo realizado pela Incorporadora WeeFor, levando em consideração o valor da moradia e o salário médio dos moradores de Curitiba segundo o IBGE, mostra que apenas 15% das famílias curitibanas têm condições de acessar um financiamento imobiliário. Logicamente, os 15% estão concentrados nos bairros.

“Enquanto incorporadores, sentimos um incômodo em participar da construção dessa cidade. Cada vez mais vemos em Curitiba empreendimentos certificados, sustentáveis e luxuosos, definitivamente a cidade entrou no mapa quando se pensa em empreendimentos de alto padrão. Isso é legal, porém, qual cidade estamos construindo? Hoje, em Curitiba, temos um Valor Geral de Venda (VGV) de lançamentos de R$ 3,7 bilhões, certamente muito dinheiro está sendo investido na construção da cidade. Mas essa cidade é para quem?”, questiona Maria Eugênia Fornea, CEO da WeeFor.

Para Maria Eugênia, o paradoxo brasileiro reverbera em Curitiba e as incorporadoras são peças fundamentais nisso. “Entendemos que, quando se trata de cidade, a iniciativa privada tem recursos humanos e financeiros, sabemos que é possível fazer mais. Por isso, na WeeFor montamos um time com experiência em atuar em comunidade, para entender por onde começar”, comenta a CEO. “Sabemos que o que fazemos ainda émuito pouco e entendemos nossas limitações. Mesmo assim, vemos que o mercado da incorporação está pronto para fazer mais. Desenvolvendo essas ações, encontramos parceiros incríveis, outros incorporadores, que nos apoiaram para fazer acontecer. Se todos os responsáveis por esse VGV de lançamentos imobiliários trabalhassem em prol da cidade, veríamos mudanças significativas”, complementa.

 

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