Para inovar, é preciso estudar e pesquisar

“Inovar é realmente gerar novas faturas”, define Marcos de Lacerda Pessoa, uma autoridade em inovação. Ele foi convidado do DadoCast, programada idealizado e conduzido pelo advogado Carlos Eduardo Manfredini Hapner.

No podcast, que foi ao ar no dia 20 de outubro, o especialista garante: “Inovar não é abstrato e vai muito além de questões científicas e tecnológicas. É preciso haver um mercado que absorva o produto ou serviço que está sendo desenvolvido. Ninguém tem um insight inovador em uma balada. É necessário muito estudo, muito aprofundamento teórico para se ter a luz e criar algo que nunca foi pensado”.

Há 40 anos, o engenheiro com PhD e especialização em inovação e empreendedorismo, trabalha na área de inovação. “Comecei na Copel quando gerenciava o reservatório de Foz do Areia, e calculava o fluxo pluviométrico da barragem. A partir daí, passei a buscar métodos melhores para quantificar a chuva e desenvolvi uma modelagem matemática que usa dados de radar meteorológico. Uma das funções é a previsão de enchentes”.

Pessoa queria se especializar ainda mais no assunto e estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e não parou mais. Trabalhou com experts na área de hidrologia e juntos desenvolveram o sistema de drenagem de Paris.

Lamentou que no Brasil as empresas de tecnologia e inovação não estão instaladas dentro das universidades como acontece em muitos outros países. “Parece que há um ranço que impede essa parceria, o que é uma pena”, frisa.

Ele acredita que cabe ao poder público estabelecer políticas relativas ao desenvolvimento e fortalecimento da inovação e que sejam seguidas e financiadas pelo Estado, apesar de salientar que o Brasil possui universidades de excelência com capacidade para desenvolver tecnologias e que poderiam pesquisar junto com empresas do setor privado.

No bate-papo, Pessoa criticou que no Brasil quando se desenvolve, por exemplo, um aplicativo, o criador quer ficar rico muito rapidamente. “As pessoas não entendem que tem um tempo de nascimento, desenvolvimento e conclusão de um projeto inovador”. Para ilustrar sua afirmação, ele se lembra de quando foi ao Vale do Silício, representando o Paraná, para conhecer o que estava sendo desenvolvido em termos de tecnologia agrícola e de alimentos.

“Foi apresentado à equipe um equipamento desenvolvido por startup junto com uma universidade agrícola da Califórnia. Era uma esteira de descontaminação de alimentos, semelhante àquelas de verificação de bagagens de aeroporto. Os pesquisadores levaram 10 anos para desenvolver a estrutura que revolucionará a área de alimentos do mundo”, afirma. “Portanto, o tempo é muito importante para o sucesso do produto ou serviço inovador”, observa.

Por fim, recomenda aos empreendedores que “estudem profundamente um determinado campo, que tenham firme propósito e vontade de inovar, porque a luz vem com muita informação e pesquisa, e confirmem se haverá um mercado para absorver sua inovação”.

Toda a expertise de Pessoa na área da inovação está disponível aos empreendedores por meio de sua empresa, a Futuri9. “Somos um centro de apoio à inovação que capta recursos, facilita o acesso a incentivos fiscais e oferece todo o suporte estratégico e de gestão necessários ao sucesso de startups e de empresas consolidadas e que queiram inovar”, explica.

O podcast está disponível em celular, tablet e computador (dadocast.com) e na maioria dos tocadores, dentre eles Spotify e Apple Podcast.

 

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