Na arquitetura de interiores, um dos fatores fundamentais para o projeto é o estilo de decoração. Buscar referências de projetos já executados é o primeiro passo para descobrir o estilo decorativo que mais lhe agrada. Assim como na moda, o estilo escolhido diz muito sobre sua personalidade e gostos pessoais. Porém, antes de eleger o caminho do projeto de decoração, é preciso avaliar as características e o perfil de cada um deles, pois diferentemente do vestuário, o projeto de interiores perdura por muito mais tempo.
Ieda e Carina Korman, Cristiane Schiavoni, Henrique Freneda, Karina Korn, Bruno Moraes Paula Dantas e Danielle Dantas explicam mais sobre as principais características de estilos de decoração que seguem com as tendências preferidas na arquitetura de interiores.
Contemporâneo
As principais características que definem o estilo contemporâneo é a opção por móveis de linhas retas e sofisticadas, um visual clean, e uma paleta de cores neutras e claras. Materiais como madeira, mármore, vidro e itens metálicos também se fazem presente nesse estilo decorativo e tornam o visual mais elegante. A preocupação com amplitude visual é outro destaque do décor contemporâneo, já que sua concepção busca por uma circulação fluida e que garanta a funcionalidade do espaço. Quando o assunto é estampa, entram em cena as padronagens mais sutis, como o geométrico, em uma paleta clara e neutra, e estão presentes em papéis de parede e tapetes. Por privilegiar um visual mais limpo, os adornos decorativos são dosados e usados na medida certa, sem excessos.
Industrial
Releitura do estilo que tomou conta de Nova Iorque nos anos de 1960 realça alguns atributos de antigas fábricas, como tubulações e tijolos aparentes. Repaginado para o século XXI, traz parede com efeito de cimento queimado, garantido por materiais bem mais fáceis de aplicar, como tintas que garantem o efeito. A iluminação é visível por meio de conduítes aparentes e, até as lâmpadas com filamentos aparentes caem nas graças desse estilo. No mobiliário, a mistura de elementos a madeira rústica, o ferro envelhecido e até mesmo peças de design entre os elementos da composição. Para a decoração, elementos vintage entram em cena. Máquinas de escrever e fotográficas analógicas entram como itens decorativos. Assim como quadros abstratos, itens geométricos ou em cobre.
Minimalista
O minimalismo se refere a movimentos artísticos que aconteceram durante o século XX e que utilizavam poucos elementos – porém fundamentais – como base de expressão. E na decoração não é diferente. O termo ‘menos é mais’ tem muito a dizer sobre esse estilo, que tem o branco e tons muito claros como predominante. Nos ambientes, apenas aquilo que é necessário para o dia a dia dos moradores. Nada de adornos desnecessários e peças rebuscadas, nos ambientes projetados sob esse estilo. Design clean e leveza na composição sintetizam o minimalismo. Além da estética, a escolha pelo estilo relaciona-se diretamente ao propósito de vida desses moradores, que apostam na simplicidade e acreditam que a casa deve ser um refúgio de paz e tranquilidade em contraponto ao caos do mundo.
Retrô
Inspirado na decoração do século XX, o estilo retrô é pautado na utilização de móveis e objetos modernos que contam com um design que remete ao passado – diferença crucial entre o vintage, que traz na decoração os itens do século anterior. O ambiente pode ser totalmente decorado com as peças inspiradas nos anos de 1960 e 70, assim como trazer peças pontuais, que evoquem o design. Entre os itens preferidos, o sofá com pé palito, estampas grandes e coloridas em papeis de parede e eletrodomésticos com bordas arredondadas são os preferidos de quem aprecia a decoração. A paleta traz tonalidades vibrantes e quentes, como o vermelho, amarelo e laranja. O azul-claro também está presente no estilo e é muito lembrado por ter sido muito destacado em carros da época, como a Kombi e o Fusca.
Escandinavo
Como o próprio nome diz sugere, o design escandinavo surgiu no norte da Europa, na península Escandinava, composta pelos países Suécia, Noruega, Islândia, Dinamarca e Finlândia. Com início no começo do século XX, consistiu-se em um movimento de decoração com características como o minimalismo, a simplicidade e a funcionalidade. O estilo explora a luminosidade e claridade dos ambientes. Para a propagação da luz, a escolha de cores para o ‘pano de fundo’ não poderia ser outra e, por isso, o escandinavo explora elementos neutros e claros, como branco, cinza e o bege. Para quebrar a frieza das tonalidades predominantes, a madeira entra em cena trazendo conforto visual e aquecendo os ambientes. Assim como estofados com texturas que aquecem o ambiente, as mantas.
Moderno
A arquitetura de interiores moderna é derivada de um movimento que ganhou forma na primeira metade do século XX, que buscava uma quebra entre o clássico e rebuscado que predominava nas construções até então. Para as cores, o duo preto e branco nunca teve tão em alta como protagonistas. A partir dessas tonalidades, cinza e bege também são usados como base dos ambientes. E tons mais fortes, como os primários (azul, vermelho e amarelo) entram em usos pontuais no ambiente. O aço inoxidável cromado também compõe os ambientes. Nos móveis, as linhas retas são a grande pedida. No quesito itens decorativos, a máxima seguida é a mesma do minimalismo, onde o menos é mais. Nada de itens desnecessários sobrecarregando o visual do espaço: no estilo moderno, só entram as peças essenciais aos moradores.
Rústico
Perfeito para quem busca trazer a atmosfera do campo para dentro ou fora de casa, o estilo rústico explora as texturas e imperfeições dos elementos naturais na composição dos ambientes. Entre as escolhas mais comuns desse estilo estão elementos como pedras, vime, madeira, cerâmica, linho, palha e couro. A paleta de cores traz o marrom da madeira em harmonia com tons claros que garantem leveza e frescor para a decoração. Para a decoração, nada mais rústico do que explorar flores e plantas nas composições, por transmitir uma atmosfera campestre e natural aos ambientes, que por sua vez também aparecem nas estampas de sofás e almofadas.
Oriental
Muito além da decoração inspirada nas culturas japonesas e chinesas, o estilo oriental explora também referências de toda a Ásia, como Índia, Turquia, e Tailândia, que emprestam ao cenário decorativo oriental, beleza, tranquilidade e praticidade. Os ambientes decorados com estilo oriental precisam trazer a harmonia em primeiro plano, contando com equilíbrio de formas e elegância. Isso porque esse tipo de decoração deve proporcionar a sensação de tranquilidade e paz aos ambientes. Entre os itens orientais preferidos pelos brasileiros estão o biombo, a cama-futon, e elementos decorativos que trazem a árvore cerejeira – símbolo da cultura japonesa que traz como simbolismo a vida, o amor e a felicidade.
Provençal
Provença, no sul da França é a grande inspiração para esse estilo. A região preserva o estilo de vida do campo em meio a uma paisagem campestre maravilhosa, com muitas montanhas, mar e campos de lavanda. Neste estilo, a madeira clara ou pintada de branco é a preferência para compor os ambientes e os móveis revelam linhas arredondadas e detalhes ornamentados, assim como a aparência de envelhecidos. Para a decoração, as flores entram em cena em grandes arranjos ou nas estampas em almofadas e estofados, deixando a composição bem delicada. Abajures e lustres de cristal também são superbem-vindos, já que remetem a um clima mais intimista.
Colonial
A arquitetura colonial no Brasil é definida pelas construções realizadas desde o descobrimento do território brasileiro em 1500, até a Independência, em 1822. Dessa maneira, o estilo colonial é inspirado na arquitetura desse período da história brasileira, e derivou das antigas construções europeias da época da colonização. A decoração traz uma releitura de casa de fazenda. A madeira maciça é muito utilizada nas composições coloniais, e estão presentes desde o piso até os móveis e objetos decorativos. Até o sofá pode trazer a estrutura de madeira escura, com o estofado em tecidos que podem ser lisos ou trazer estampas como listras e flores, mas em tons claros.