A crise global ocasionada pela pandemia de COVID-19 impactou diretamente na economia, influenciando negativamente todos os seus setores, inclusive o imobiliário.
Ocorre que, após anos de baixa, o mercado imobiliário apresentou altas expectativas para 2020, com baixas taxas de juros (3,75%), historicamente muito atrativas. Tratava-se de um momento de retomada.
Além disso, os fundos de investimento imobiliários acentuaram ainda mais a crise no setor. As expectativas de rendimentos desses fundos ficaram extremamente comprometidas com a desaceleração econômica. Os índices de investimento caíram quase 30%. As cotas desses fundos chegaram a ser negociadas na Bolsa de Valores com descontos superiores a 40% em meio à onda de pânico no setor imobiliário.
Em poucas semanas, o cenário parece como o de guerra. No momento, os setores que mais inspiram cuidados no momento são os que dependem do fluxo físico de pessoas, como é o caso dos shoppings centers, hotéis e restaurantes. Os fundos coativos de shoppings centers, que estão fechados, deixaram de gerar renda com a interrupção do pagamento de aluguéis.
Muito embora as obras de lançamentos estarem a todo vapor em razão de os serviços de construção civil terem sido considerados como essenciais, trata-se de um momento de incertezas. Em realidade, o que estão em risco são projetos imobiliários futuros, que sentirão o reflexo da pandemia de COVID-19 a partir do próximo ano.