No Brasil, a construção civil é considerada o “termômetro da economia”. São 13 milhões de pessoas trabalhando na cadeia, segundo estimativas e, quando o setor começa a ter resultados positivos, é sinal de que o país está retomando o crescimento. Em julho do ano passado, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, as contratações com carteira assinada nas obras superaram as demissões pela primeira vez em 33 meses.
No Paraná, os números são positivos em comparação a 2018. Um dos melhores índices está na região de Curitiba. Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), houve aumento no número de registros de serviços. Com base nas Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), o Estado teve crescimento de 6,3% em todas as modalidades; na Regional de Curitiba, o aumento de ARTs na área de engenharia civil foi de 9,7%. A ART é um documento legal que identifica o responsável técnico por um serviço prestado ou uma obra realizada e representa uma segurança para o contratante que com este documento sabe que o profissional é habilitado no Conselho Profissional.
Uma pesquisa recente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) confirma o aquecimento do setor. Segundo o levantamento, o número trabalhadores com carteiras assinadas em Curitiba cresceu 8% e a área liberada para construção na cidade, com aprovação de alvarás, 20% no comparativo a 2018.
O gerente da regional Curitiba do Crea-PR, engenheiro civil Maurício Luiz Bassani, o crescimento ainda está restrito a uma faixa específica de imóveis. “Os números mostram um aquecimento no setor de imóveis residenciais que pode ter sido provocado pela retomada de crédito tanto por parte de compradores – com novos planos de financiamento – como por parte das construtoras. Mas, com os dados que temos no Crea-PR, podemos dizer que esse aumento não está associado ao setor de obras públicas”, avalia o gerente, referindo-se ao número ainda discreto de solicitações de acervos técnicos. Esses documentos são um parecer do Crea-PR quanto ao número de ARTs emitidas por uma construtora – o que revela sua experiência de mercado – e são requeridos por empresas ao Conselho sempre que participam de uma licitação de obra pública.